A primeira-ministra britânica, Theresa May, pediu nesta quarta-feira (20/03), em carta enviada ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, o adiamento da saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o chamado Brexit, até 30 de junho.
A decisão exclui a hipótese de uma prorrogação prolongada, o que seria “inaceitável” pela possibilidade de o Reino Unido ter de participar das próximas eleições europeias “três anos depois” do resultado do referendo de 2016.
Segundo a premiê, ela não está preparada para atrasar o acordo de divórcio além dessa data. O pedido ainda precisa ter a aprovação dos 27 Estados-membros da UE. Todos os líderes se reunirão em Bruxelas nesta quinta-feira (20/03).
Com a extensão do prazo, May quer tentar aprovação o acordo em uma terceira votação no Parlamento. O presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, proibiu que o mesmo texto fosse votado novamente, a não ser que houvesse mudanças substanciais.
Corbyn
O líder trabalhista, Jeremy Corbyn, da oposição, acusou o governo conservador de “incompetência” e anunciou que amanhã também irá a Bruxelas para discutir seu “plano B” com o negociador-chefe da UE, Michel Barnier, e os líderes europeus. Além disso, ele desafiou a premiê britânica a aceitar um acordo alternativo sobre o Brexit.
Logo após o anúncio de May, a porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, afirmou que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, recebeu um telefonema da premiê britânica para discutir detalhes sobre o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE). “Ela consultou Juncker sobre a melhor abordagem para a cúpula da União Europeia”, disse.
Além disso, o presidente da Comissão Europeia formalmente advertiu May por incluir uma data de extensão após as eleições europeias e afirmou que o “divórcio deve ser antes de 23 de maio, caso contrário, haverá dificuldade institucionais e insegurança jurídica”.
Segundo ele, citado por Schinas, uma prorrogação além desta data automaticamente resultará no fato de que o Reino Unido terá que organizar as eleições.
O principal entrave para a aprovação do acordo de divórcio diz respeito ao backstop, mecanismo que prevê a manutenção de fronteiras abertas entre a Irlanda do Norte e a República de Irlanda no caso de fracasso em futuras negociações comerciais.
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