O premiê encarregado do Líbano, Saad Hariri, anunciou sua renúncia nesta quinta-feira (15/07) após as tratativas para formar um governo falharem novamente. A decisão já foi entregue ao presidente do país, Michel Aoun.
“Está claro que nós não conseguiremos entrar em um acordo com a sua excelência, o presidente. Por isso, estou me retirando da formação do novo governo. Que Deus proteja o Líbano”, afirmou Hariri ao anunciar a decisão.
O então primeiro-ministro havia entregado a Aoun, 24 horas antes do encontro, uma relação de 24 Ministérios e seus respectivos titulares. Mas, as indicações não agradaram ao presidente.
Hariri havia assumido o cargo para tentar formar um governo em outubro do ano passado em meio a uma profunda crise generalizada – social, econômica e política. O poder político no país é instável também por conta do sectarismo religioso nos cargos.
Saad Hariri/Twitter
Hariri foi nomeado governador em 22 de outubro de 2020
O presidente precisa sempre ser um cristão maronita, o premiê um muçulmano sunita e o chefe do Parlamento necessariamente é um muçulmano xiita. Já os parlamentares são metade cristãos e metade muçulmanos.
A situação se agravou ainda mais após a gigantesca explosão no porto de Beirute, em 4 de agosto do ano anterior, que resultou em mais de 200 mortes, sete mil feridos, milhares de casas destruídas e cerca de US$ 15 bilhões em prejuízos materiais.
Logo após a tragédia, o então premiê Hassan Diab, que já vinha enfrentando diversas crises internas, renunciou.
O presidente Aoun, então, indicou o ex-embaixador do país em Berlim, na Alemanha, Mustapha Adib, para tentar formar um governo. Nem um mês depois de assumir a função, Adib renunciou.
Em seu lugar, entrou o ex-premiê Hariri. Não há no momento nenhum grande nome que possa assumir a função e o mandatário deve abrir consultas.