O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, afirmou nesta quinta-feira que está “profundamente preocupado” com a situação na Bolívia após o golpe de Estado que forçou o ex-presidente Evo Morales a renunciar e que enviará um representante da ONU ao país.
As declarações foram transmitidas pelo porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, que afirmou que “o secretário-geral segue muito preocupado com os acontecimentos na Bolívia e reitera seu pedido a todos os bolivianos que abstenham-se da violência e exerçam máxima contenção”.
Dujarric ainda afirmou que Guterres “pediu a Jean Arnault entrar em contato, como seu enviado pessoal, com todos os atores bolivianos e ofereça apoio da ONU nos esforços para encontrar uma resolução pacífica”.
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Arnault foi representante de Guterres na Colômbia e também trabalhou como enviado especial na Georgia, Afeganistão, Burundi e Guatemala.
UN Photo
Jean Arnault foi representante de Guterres na Colômbia e também trabalhou como enviado especial na Georgia, Afeganistão, Burundi e Guatemala
Golpe
O presidente da Bolívia, Evo Morales, renunciou ao cargo no último domingo (10/11) após um golpe de Estado inciado pelos partidos opositores que perderam as últimas eleições presidenciais. O anúncio veio depois de os militares “sugerirem” que ele renunciasse.
“Lamento muito este golpe. A luta não termina aqui”, disse o presidente, durante discurso após a renúncia. “Até aqui, chegamos pela pátria, não pelo dinheiro. Se alguém diz que estamos roubando, que apresente uma prova sequer. […] Não estou escapando. Nunca roubei, que demonstrem se roubei. Foi um golpe cívico-policial”, disse o presidente.
Morales ainda destacou que sua renúncia se dava na intenção de pacificar o país, ao mesmo tempo em que condenou as atitudes dos líderes opositores Carlos Mesa, candidato derrotado no último pleito, e Luis Fernando Camacho.