Em coletiva oferecida à imprensa na véspera da abertura da Cúpula do Brics, nesta segunda-feira (21/08), o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, se mostrou favorável à adesão de novos membros ao bloco multilateral.
Segundo o mandatário africano, “mais de 20 países apresentaram pedidos formais para ingressas no Brics, e vários outros manifestaram interesse em formar parte de outras iniciativas, ou de se associar ao Novo Banco de Desenvolvimento (ou NDB, sigla em inglês da instituição, que também é conhecida pelo apelido ‘Banco do Brics’)”.
“A África do Sul apoia a expansão do Brics, defende uma regra justa para decidir sobre a adesão dos novos membros e espera contribuir para definição de uma agenda concreta para a incorporação dos novos integrantes”, acrescentou Ramaphosa.
O presidente sul-africano será o anfitrião da 15ª Cúpula do Brics, que terá início nesta terça-feira (22/08), na cidade de Johanesburgo. O evento contará com a presença de mais três chefes de Estado: o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o indiano Narendra Modi e o chinês Xi Jinping.
A única ausência entre os líderes do bloco será a do presidente russo Vladimir Putin, que participará por videoconferência das reuniões mais importantes, enquanto o chanceler Sergei Lavrov representará o país em outras atividades.
Governo da África do Sul
Ramaphosa será o anfitrião da 15ª edição da Cúpula do Brics, que ocorre esta semana, em Johanesburgo
Na coletiva, Ramaphosa também disse que “o valor do Brics vai além dos interesses de seus atuais membros, por isso precisamos criar parcerias com outros países que compartilham nossas aspirações e perspectivas, além do nosso compromisso com a política de não-alinhamento”.
Desde abril de 2011, o Brics é conformado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A nação africana foi a ´única incorporação do bloco que se chamava Bric quando foi fundado, em junho de 2009.
Segundo o site russo RT, o último evento da cúpula, programado para a quinta-feira (24/08) deve analisar as solicitações apresentadas pelos 22 países que pretendem formar parte do Brics.
A região da América Latina e do Caribe é uma das que possui maior número de candidaturas, entre as quais estão as de Argentina, Bolívia, Cuba, Honduras, México e Venezuela. Outros pedidos destacados são os de Arábia Saudita, Argélia, Bielorrússia, Cazaquistão, Indonésia, Irã, Nigéria e Turquia.
Desde o início do ano, o Brasil tem mostrado uma postura favorável à expansão do Brics, mas com certa cautela. Em diferentes entrevistas, o presidente Lula da Silva disse que país apoia a incorporação de novos membros, desde que se estabeleça um mecanismo justo e transparente para se definir sobre a aceitação ou não de uma candidatura.