A cúpula dos chefes de Estado do Mercosul terminou em clima de esperança para o presidente da Bolívia, Luis Arce, segundo suas próprias palavras.
Em entrevista ao site Sputnik News, publicada nesta quarta-feira (05/07), o mandatário boliviano disse que sua principal missão no evento realizado na cidade argentina de Puerto Iguazú foi acelerar os trâmites para a adesão completa do seu país ao bloco.
Nesse sentido, Arce considera que o melhor resultado que obteve na cúpula foi a promessa que recebeu de Luiz Inácio Lula da Silva. O mandatário brasileiro assumiu a presidência pro tempore do Mercosul nesta terça-feira (04/07) e teve reuniões bilaterais com todos os seus homólogos, incluindo o boliviano.
“O camarada Lula se comprometeu a tomar as medidas necessárias para atingir esse objetivo (a adesão da Bolívia como membro pleno) e confiamos em que ele pode impulsionar isso o mais rápido possível, para que a Bolívia, de uma vez por todas, seja oficialmente parte do Mercosul”, afirmou.
O presidente boliviano também disse que “o nosso mercado é grande e temos muitas opções de comércio, principalmente com os países com os quais já comercializamos, o que pode trazer oportunidades de investimentos para os países membros do bloco”.
Ricardo Stuckert
Arce assegura que Lula se comprometeu com a adesão plena da Bolívia ao Mercosul
“O Brasil é um mercado importante, uma população bastante grande, assim como a Argentina. Com esse ingresso, as empresas bolivianas podem se fortalecer em termos de expansão de mercados, além de usufruir de tarifas e benefícios que não estão à nossa disposição”, acrescentou Arce.
Atualmente, apenas Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, os quatro países fundadores, continuam sendo membros plenos do Mercosul. A Venezuela chegou a ser um membro pleno entre 2012 e 2016, mas terminou tendo suspensa quando o bloco passou a ter uma maioria de presidentes de direita – na época em que a Argentina era governada por Mauricio Macri e o Brasil por Michel Temer.
Todos os demais países da América do Sul são membros associados do Mercosul: Chile e Bolívia desde 1996, Peru desde 2003, Colômbia e Equador desde 2004, Guiana e Suriname desde 2012. Porém, só a Bolívia iniciou processo de adesão ao bloco, em 2015.
Ao assumir a presidência pro tempore, que ocupará pelos próximos 12 meses, Lula ressaltou que pretende concluir o ingresso da Bolívia como membro pleno, incentivar os demais países a iniciarem esse processo e anular a suspensão da Venezuela, permitindo seu retorno ao bloco.
Meses atrás, o chanceler brasileiro Mauro Vieira deu declarações nesse mesmo sentido, afirmando que “a ampliação do Mercosul é um dos objetivos da política externa brasileira.
Com informações de Sputnik News.