Presidente da Itália diz que fará novas consultas para decidir se convoca novas eleições
Decisão de realizar novas conversas ocorre após Sergio Mattarella se reunir com líderes dos partidos políticos que compõem o Parlamento
Após a renúncia do primeiro-ministro Giuseppe Conte, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, anunciou nesta quinta-feira (22/08) que fará novas consultas para chegar a um acordo para resolver a crise aberta no governo italiano. “Vou realizar novas consultas que começarão na próxima terça-feira (27/08) para tirar conclusões e tomar as decisões necessárias”, afirmou o mandatário, ressaltando que a única possibilidade é um governo que tenha confiança do Parlamento com base em um programa.
Durante pronunciamento no Palácio do Quirinale, o chefe de Estado afirmou que “só os governos que obtêm a confiança do Parlamento, com acordos de grupo sobre um programa para governar o país, são possíveis. Na ausência dessas condições, o caminho é o das eleições”.
Quirinale
Mattarella disse que vai esperar para decidir se convoca ou não novas eleições
A decisão de realizar novas conversas ocorre após Mattarella se reunir com líderes dos partidos políticos que compõem o Parlamento, incluindo os principais nomes envolvidos na crise: o líder do Movimento 5 Estrelas (M5S), Luigi Di Maio, e o da Liga Norte, Matteo Salvini, que sustentavam o governo de Conte. O líder da extrema-direita, por sua vez, defende a convocação de eleições antecipadas, o que, segundo Mattarella, somente “será necessário se o Parlamento for incapaz de expressar uma maioria do governo”.
Nos últimos dias, uma possível aliança entre o M5S e o Partido Democrático (PD) para formar um novo governo tem ganhado força. Uma coalizão com a legenda de centro esquerda tiraria Salvini do poder e evitaria novas eleições.
“Durante as consultas fui informado por algumas partes que iniciativas foram lançadas para um acordo no Parlamento para um novo governo e me pediram para ter tempo”, explicou Mattarella. “O presidente da República tem o dever inescapável de não excluir a expressão majoritária da vontade do Parlamento, como aconteceu, aliás, há um ano, para o nascimento do governo que acabou de renunciar. Ao mesmo tempo, tenho o dever de solicitar decisões rápidas no interesse do país”, finalizou.
