Atualizado às 16h10
O presidente de Israel, Reuven Rivlin, anunciou nesta quarta-feira (25/09) que deu ao atual premiê, Benjamin Netanyahu, o encargo de tentar formar um governo estável. A decisão veio depois de as negociações de um governo de coalizão entre o Likud, de Netanyahu, e o Azul e Branco, de Benny Gantz, terem falhado.
O Likud ganhou menos assentos que o Azul e Branco nas eleições realizadas na semana passada – 32 contra 33 – mas, com os apoios que Netanyahu conseguiu com outros partidos, uma eventual coalizão liderada por ele teria até 55 cadeiras, uma a mais do que um agrupamento capitaneado por Gantz.
Ao receber a indicação do presidente, Netanyahu afirmou que não poderia governar sem o Azul e branco e fez um apelo a Gantz para um governo de coalizão. “Nós não seremos capazes de formar um governo a não ser que façamos isso juntos. A nação precisa estar unida e preparada”, disse o premiê.
Entretanto, a proposta foi recusada pelo líder do partido de centro-direita que garantiu sua intenção de formar uma coalizão, mas não liderada por Netanyahu. “Azul e Branco está comprometido com a ideia de unidade, mas da nossa perspectiva, a ordem apropriada de encarar as negociações seria entre os dois maiores partios – e somente eles – para alcançar acordos nas questões fundamentais do próximo governo”, disse.
Netanyahu, agora, tem até seis semanas para conseguir o apoio de mais seis deputados e superar o mínimo de 61 cadeiras para ter maioria no Knesset, o Parlamento, que opera com 120 assentos. Se o atual premiê não obter o apoio mínimo, Rivlin pode dar a incumbência a Gantz ou mesmo pedir a 61 membros do Knesset que escolham um nome de consenso.
Se todas as tentativas falharem, Rivlin terá que convocar novas eleições – o terceiro pleito em um ano.
Alan Santos/PR
Netanyahu recebeu a incumbência de tentar formar governo em Israel
Negociação
Likud e Azul e Branco se reuniram na última segunda-feira (23/09) para tentar formar um governo de rotação – dois anos com um premiê, dois anos com outro. Segundo o periódico israelense Haaretz, o partido do atual premiê queria ser o primeiro a liderar o governo de rotação, mas o de Gantz exigia que Netanyahu fique fora dos dois primeiros anos do governo. Com isso, as negociações empacaram.
A eleição de 17 de setembro foi segunda do ano no país. Na primeira, em abril, o mesmo cenário se apresentou, mas com cada uma das coalizões aparecendo com mais assentos do que hoje: o Likud com 38 cadeiras e o Azul e Branco, com 35.
Bibi, como é conhecido o premiê, manteve, na época, negociações com diversos partidos da direita, principalmente com o Yisrael Beitenu, legenda direitista liderada pelo ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman. Tanto o Yisrael Beitenu quanto os partidos ultraortodoxos rejeitaram as propostas de Netanyahu.
Em maio, frente à indefinição sobre quem comandaria o governo, o Knesset aprovou sua dissolução e a realização de um novo pleito.