O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, anunciou durante a cúpula de chefes de Estado e de Governo do Sistema de Integração Centro-Americana (Sica), em Manágua, que voltará a Tegucigalpa na quinta-feira (2) para completar seu mandato presidencial, após fazer uma visita aos Estados Unidos. Não há a confirmação se Zelaya se encontrará com Barack Obama.
Ontem (29), ele ainda pediu que representantes da OEA (Organização dos Estados Americanos) e chefes de Estado o acompanhem na volta a Honduras para demonstrar seu apoio.
Manuel Zelaya, acompanhado de Raúl Castro (Cuba), Hugo Chávez (Venezuela) e Daniel Ortega (Nicarágua)
“Que me espere o povo, que me espere o Exército e os que querem sacrificar este sistema”, assegurou o presidente deposto domingo (27) após um golpe de Estado.“Vou cumprir meu mandato de quatro anos, estejam vocês (a oposição hondurenha) de acordo ou não”, afirmou Zelaya.
“Voltarei por vontade própria, com a proteção de Cristo e do povo. Voltarei ao meu país e pedirei que a OEA me acompanhe. Aceito ofertas daqueles que queiram me acompanhar, por convite do chefe de Estado, e não por interferência em assuntos (internos)”, disse Zelaya, segundo o canal de TV Telesur.
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EUA
Zelaya disse que voltará a Tegucigalpa depois de visitar Washington, onde participará de uma sessão da OEA. O governante hondurenho também assistirá a uma sessão da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York.
Zelaya afirmou ainda que estará acompanhado pelo secretário-geral da OEA, o chileno José Miguel Insulza.
Insulza reafirmou que a OEA reconhecerá apenas Zelaya como chefe de Estado de Honduras, e condenou o “golpe militar” perpetrado pelo “governo ilegítimo” que se estabeleceu em Tegucigalpa.
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Lula
Durante seu discurso, o mais aplaudido na sala de convenções em Manágua, Zelaya confirmou que recebeu uma ligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que informou que o Brasil retirou seu embaixador de Honduras como demonstração de apoio.
“Se Honduras não rever a posição, ela vai ficar totalmente ilhada no meio de um contingente enorme de países democráticos”, disse Lula ontem.
Violência
Centenas de pessoas que permaneciam ao redor da Casa Presidencial, em Tegucigalpa, para evitar que o recém empossado Roberto Micheletti assumisse o local, foram dispersadas ontem por bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha. Mais de 50 pessoas estão feridas.
Gustavo Amador/EFE
Esta noite houve novos confrontos entre soldados – acompanhados da polícia anti-distrúbio – e a população. Dezenas ficaram feridos, de acordo com a Cruz Vermelha.
Abaixo, cenas de violência de ontem, em Tegucigalpa, feitas por um cinegrafista amador.
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