O presidente do Equador, Lenín Moreno, foi destituído do cargo de presidente do partido Aliança País nesta quarta-feira (01/11) em decisão unânime do conselho partidário.
O ex-ministro das Relações Exteriores Ricardo Patiño, do governo do ex-presidente Rafael Correa, foi escolhido para assumir o cargo. Em entrevista coletiva realizada na sede do Aliança País, Patiño afirmou que Moreno não manteve uma coerência política e por isso foi destituído do posto.
“Hoje adotamos uma decisão valente. O presidente da República chegou à presidência com o voto de mais de 50% dos equatorianos, não chegou com o plano de governo da oposição, mas está aplicando o plano de governo da oposição”, disse Patiño.
Wikicommons
Sucessor de Rafael Correa, Moreno é acusado por seu partido de aplicar “plano de governo da oposição”
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Acompanhado por lideranças do Aliança País, o ex-chanceler chamou Moreno de “inimigo da revolução cidadã” e afirmou que o ex-presidente Rafael Correa irá “acompanhar” o processo de “fortalecimento” do partido após essa etapa.
Para regulamentar o ato, o partido justificou que Moreno não compareceu durante três meses às sessões do conselho do partido. Para o novo presidente do Aliança País, “três meses consecutivos” de ausência faz com que Moreno “perca sua dignidade”.
Crise
Candidato governista sucessor de Rafael Correa, Lenín Moreno foi eleito presidente do Equador em abril deste ano, derrotando a oposição liderada pelo banqueiro Guilhermo Lasso.
A destituição de Moreno da presidência do partido de esquerda, desde 2007 no poder, sinaliza uma ruptura interna no Aliança País. O início desse período de turbulência foi marcado pela retirada das funções do ex-vice-presidente Jorge Glas, decisão tomada por Moreno e encarada pelo partido como uma aproximação à oposição.