O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, afirmou em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (24/03) que continua apoiando o ex-presidente do Peru, Pedro Castillo, destituído no dia último dia 7 de dezembro, e que se encontra preso atualmente, acusado de atentar contra a democracia.
Obrador qualificou como injustas e ilegais tanto a destituição de Castillo quanto a sua prisão e processamento por parte do Poder Judiciário do país andino, e reiterou que o México continuará exigindo a libertação do ex-presidente.
“Ele não pode estar preso, é uma grande injustiça, e nós não podemos ficar calados diante de uma injustiça”, justificou o mandatário mexicano.
Ademais, Obrador lembrou que a esposa, filhos e alguns outros parentes de Castillo se encontram no México, onde receberam asilo político. “Vamos continuar apoiando a senhora esposa do presidente Pedro Castillo, por isso ela veio para cá, e eu a abracei e expressei minha solidariedade ao povo do Peru, especialmente aos humildes, aos pobres, aos indígenas, aos humilhados”, explicou.
Presidência do México
Obrador afirmou em coletiva que considera a destituição de Pedro Castillo e sua prisão no Peru como injustas e ilegais
Outro ponto controverso da coletiva do mandatário mexicano foi quando qualificou a atual presidente peruana, Dina Boluarte, como “espúria”, e acrescentou que “vi pesquisas em que ela tem apenas 15% de aceitação. Ou seja, 85% a desaprovam. E o Congresso [peruano] tem avaliação ainda pior, com 90% de rejeição”.
Também houve comentários sobre os protestos que ocorrem com frequência no país sul-americano desde a destituição de Castillo, e sobre as mais de 60 mortes de manifestantes causadas pela repressão da polícia peruana.
“A maioria do povo do Peru está pedindo que as eleições sejam convocadas imediatamente, para que o povo decida”, reclamou.
Para terminar, Obrador acusou Boluarte e setores da direita peruana de fazerem um teatro para ganhar tempo, pois, segundo ele, “pretendem permanecer no poder até 2026”.