O presidente do Sudão do Sul, Salva Kir, responsabilizou nesta segunda-feira (16/12) os partidários do ex-vice-presidente e rival político Riak Mashar da tentativa de revolta militar frustrada das últimas horas, decretando toque de recolher noturno na capital Juba.
Em entrevista coletiva transmitida pela televisão estatal, Kir afirmou que o ocorrido foi “uma tentativa de golpe de estado fracassado” e que o Exército deteve alguns dos militares envolvidos no ataque contra o Ministério da Defesa.
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“O exército sul-sudanês conseguiu abortar a tentativa de golpe de estado planejada por Riak Mashar”, afirmou Kir, que destituiu em julho o então vice-presidente.
O governante sul-sudanês, vestido com trajes militares e cercado de ministros, disse que o Exército conseguiu controlar a situação com o mínimo de perdas possíveis e que a calma já foi restabelecida em Juba.
O toque de recolher em Juba ficará vigente a partir de hoje até novo aviso durante doze horas diárias, começando às 18h locais (13h de Brasília).
Mashar é o principal rival político de Kir e tinha anunciado sua intenção de se apresentar como candidato nas eleições presidenciais de abril de 2015, nas quais o presidente também irá concorrer.
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O porta-voz das Forças Armadas do Sudão do Sul, Philip Aguer, informou hoje à Efe por telefone que um grupo da Guarda Presidencial se rebelou ontem à noite mas que o exército conseguiu controlar a situação.
Os militares amotinados tentaram atacar o Ministério da Defesa e o maior armazém de armas da capital. Os rebelados cercaram o ministério a atiraram contra o local.
Os enfrentamentos, que causaram um número indeterminado de vítimas, continuaram até a manhã de hoje, o que provocou o deslocamento de moradores para bairros mais seguros e o fechamento do comércio.
A missão das Nações Unidas no Sudão do Sul, UNMISS, pediu o fim imediato das hostilidades em Juba e exigiu comedimento das partes em conflito.
Os choques nos arredores do Ministério da Defesa também provocaram um deslocamento da população para bairros mais seguros.
Desde sua independência do Sudão, em julho de 2011, o Sudão do Sul é cenário de enfrentamentos tribais, tensões internas e conflitos com seu vizinho do norte.