Foi preso hoje (2) o ex-ministro da Defesa da Venezuela, general Raúl Isaías Baduel, sob acusação de enriquecimento ilícito. A prisão foi feita pela Diretoria de Inteligência Militar (DIM).
Baduel, que atualmente faz oposição ao governo de Hugo Chávez, foi acusado recentemente pela promotoria militar de corrupção durante o período em que foi ministro, até 2007.
Segundo um dos filhos de Baduel, o general passava de carro com a mulher perto de casa quando “foi fechado por funcionários da DIM que, apontando armas de fogo e dizendo que não telefonassem para ninguém, empurraram-nos para dentro de um veículo [militar]”, declarou à Globovisión, emissora privada de televisão com linha editorial crítica ao governo.
Sua mulher, Cruz de Baduel, disse que ambos tiveram armas apontadas contra suas cabeças, que ele foi levado para um local desconhecido e que a ação foi “violenta e irregular”.
O procurador geral militar Ernesto Cedeño explicou à Venezolana de Televisión (VTV), de linha favorável ao governo, que o general Baduel é acusado pelo roubo de propriedade e bens pertencentes à Força Armada Nacional Bolivariana durante sua administração. Segundo ele, Baduel foi chamado várias vezes para depor após entregar o cargo, mas não compareceu.
Já a mulher do general alega que ele se apresentava regularmente a cada 15 dias. Um dos advogados de Baduel, Omar Mora, afirmou ainda que não entende o motivo desta detenção “com tanta espetáculo”, quando seu cliente “cumpriu todos os atos judiciais que determinaram sua presença”.
O promotor disse a ABN (Agência Bolivariana de Notícias) que a Diretoria de Inteligência Militar agiu de maneira forçada porque Baduel nunca teve a intenção de comparecer voluntariamente perante a Justiça. Contou ainda que, em setembro, Baduel precisou ser levado aos juízes “com o uso da força” e, desde então, gozava de um regime de liberdade condicional.
Baduel, que antes era aliado de Chávez, foi um dos responsáveis pela volta do presidente ao poder após o golpe de Estado que durou apenas dois dias, em 2002. Ele rompeu com Chávez em 2007, antes do referendo sobre reforma constitucional promovido pelo presidente em dezembro daquele ano, e fez campanha pelo “não”, que acabou vencendo.
Duas semanas atrás, outro opositor, Manuel Rosales, teve pedido de prisão decretado sob acusação de enriquecimento ilícito. Ele deve se apresentar para julgamento no próximo dia 20.
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