Os professores no Chile convocaram para esta quarta-feira (25/06) uma greve nacional por melhores salários e “real participação” no debate dos projetos da reforma educacional, alinhado com o que também pedem os estudantes.
“A greve (de amanhã) tem adesão entre os atores sociais; achamos que será uma jornada bem-sucedida”, disse aos jornalistas o presidente do Colégio de Professores, Jaime Gajardo.
O dirigente explicou que os educadores não vão até as escolas e se reunirão em locais públicos em todo Chile. “A passeata em Santiago se reproduzirá em todas as regiões”, enfatizou.
Ele lembrou que a passeata contará com a participação de estudantes universitários da Confech (Confederação de Estudantes do Chile), adolescentes do ensino médio e outras organizações sociais, o que “garantiria” uma manifestação grande. Eles farão turnos éticos, e professores ficarão responsáveis pelo café da manhã e almoço que normalmente é entregue aos alunos de poucos recursos.
Gajardo afirmou que um dos motivos da manifestação é propor um projeto de lei que termina com a prática de muitos colégios de contratar professores em março e os demitirem em dezembro. O Colégio de Professores pede que seja gerada uma fórmula de contrato de prazo fixo.
Outra das reivindicações é um incentivo à retirada, que estimule a aposentadoria de muitos professores que têm idade, mas que continuam a trabalhar por causa da queda de salário caso se aposentem.
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“Mas também queremos uma participação real no debate dos projetos da reforma educacional”, disse o dirigente, sobre a iniciativa da presidente Michelle Bachelet, que os estudantes consideraram 'insuficiente e pouco representativa' e que já motivou duas grandes manifestações.
O governo já enviou ao Congresso os primeiros projetos de lei para a reforma da educação chilena, que prioriza o fim do co-pagamento pelos pais em estabelecimentos que recebam subsídio estatal, a eliminação do lucro e dos processos de seleção em todos os colégios.
Nem os estudantes concordam com estas iniciativas, entre outros motivos porque acham que não rompem drasticamente com o modelo vigente, pelo qual marcharam contra o governo anterior, de Sebastián Piñera.
O presidente do Colégio de Professores, que agrupa mais de 100 mil docentes, afirmou que, da mesma forma que os estudantes, os professores querem uma transformação na educação chilena, “mas que seja feita com a participação de todos os atores”, disse.