A Promotoria de Ancara, capital da Turquia, decretou nesta quarta-feira (14/10) que vai proibir temporariamente a divulgação de notícias relacionadas ao duplo atentado suicida no sábado (10/10) que deixou mais de 100 mortos.
Segundo a agência local Anadolu, a decisão foi tomada depois de vários jornais turcos terem divulgado a suposta identidade dos autores dos ataques e suas relações com redes terroristas.
Agência Efe
Erdogan e a primeira-dama turca visitaram o local do atentado com o presidente finlandês Sauli Niinisto e sua esposa, Jenni Hauio
Alguns veículos divulgaram, inclusive, uma entrevista com o pai de um deles, na qual ele confirma que seu filho teria sido cooptado pelo Estado Islâmico.
Segundo a Promotoria, a medida será suspensa quando os responsáveis pelo atentado forem de fato encontrados e presos.
Agência Efe
Manifestantes protestaram contra governo enquanto seguravam cartazes com fotos das vítimas
Investigações
Na noite de terça (13/10), o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ordenou uma investigação própria do atentado.
Na ocasião, ele disse que havia encarregado o Conselho Estatal de Controle de cumprir a tarefa, e este terá poderes para investigar “todos os órgãos do Estado na Turquia, menos o Exército e o aparato judicial”.
Os opositores políticos de Erdogan, sobretudo os curdos, haviam pedido a renúncia forçada dos ministros do Interior e Justiça por negligência. O presidente não acatou.
“Sempre há pontos vulneráveis. Não acho correto aplicar um mecanismo de demissão para qualquer assunto”, justificou Erdogan à imprensa na terça. “Renunciar imediatamente não é uma solução. Se for provado que houve negligência serão dados os passos necessários, ninguém duvide”, assegurou.
NULL
NULL
Agência Efe
Atentado chocaram o país e geraram indignação da população perante governo Erdogan
Atentado
No sábado, durante uma manifestação pela paz pró-curda, dois atentados suicidas mataram 97 pessoas, segundo dados do governo. Organizações pró-curdas, porém, falam em 128 mortos.
Nos dias que se seguiram a população foi às ruas protestar contra a resposta dada pelo governo, que colocou como suspeitos — além do Estado Islâmico — o PKK (partido dos trabalhadores curdos) e outra legenda de extrema-esquerda.
Para muitos manifestantes, Erdogan é o real culpado por ter supostos vínculos com o Estado Islâmico e por ter falhado em garantir a segurança do protesto no sábado.
*Com Agência Efe