Setores a favor do governo de Nicolás Maduro e da oposição realizam manifestações nas ruas de Caracas, capital da Venezuela, nesta quarta-feira (23/01) em uma data significativa para a nação: 23 de janeiro é o dia em que se comemoram os 61 anos do fim da ditadura de Marcos Pérez Jiménez, que levou a convocação de eleições diretas em 1958.
Durante a madrugada, alguns protestos já foram realizados com pelo menos uma vítima fatal. O deputado oposicionista, José Olivares, informou que uma pessoa não identificada morreu na noite desta terça-feira (22/01) no bairro de Catia, a oeste da capital venezuelana. “Hospital Periférico de Catia recebe a primeira fatalidade devido a um projétil disparado por uma arma de fogo como resultado dos protestos em Catia”, afirmou o deputado.
Segundo o Observatório Venezuelano de Conflito Social, até o momento foram identificadas manifestações em pelo menos 63 bairros da capital.
Situação e oposição são convocadas
O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) informa que os simpatizantes do chavismo se concentrarão com objetivo de defender a soberania do país ante os ataques de grupos nacionais e internacionais de direita. O presidente do partido, Diosdado Cabello, disse que os revolucionários sairão, junto com os diversos movimentos sociais, para defender a nação.
O objetivo é respaldar a liderança do presidente Nicolás Maduro, afirmou a vice-presidenta da Venezuela, Delcy Rodrígue, que fez um chamado ao povo para “defender a paz, e defender a união Nacional”. Ao mesmo tempo a vice-presidente reiterou a atual conjuntura dos venezuelanos no exterior ante a “terrível campanha de racismo e de xenofobia” contra a população.
Já a oposição, liderada pelo deputado do partido Vontade Popular e presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, tem aumentado a pressão sobre o regime de Nicolás Maduro, que considera ter “usurpado o poder” e não ter legitimidade para governar.
O líder da oposição convocou a população a ocupar as ruas nesta quarta-feira (23/01) para tentar impedir que o governo de Maduro se mantenha no poder por mais seis anos. A oposição se mobiliza em uma semana tensa, devido a ação de grupos violentos da direita, que exigem a saída de maduro do poder segundo alinhamento promovido pelos EUA. Ontem (22/01), o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, incentivou os cidadãos venezuelanos a participarem dos protestos de hoje contra o governo.
Ainda na terça-feira (22/01), o ministro das Comunicação da Venezuela, Jorge Rodríguez, responsabilizou os “terroristas da Vontade Popular” pela rebelião de 27 integrantes da Guarda Bolivariana na segunda-feira (21/01). De acordo com o ministro, os rebeldes, que foram detidos, fizeram o assalto das armas para ajudar o partido de oposição “a organizar atos de violência e um eventual assalto ao Palácio de Miraflores”.
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Manifestantes pró-governo e da oposição saem às ruas de Caracas no dia de celebração dos 61 anos do fim da ditadura de Marcos Pérez Jiménez,