O presidente do Equador, Guillermo Lasso, anunciou neste domingo (26/06) a redução dos preços da gasolina e do diesel em meio a protestos e greve geral convocada pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie).
Por meio de mensagem veiculada na televisão e nas redes sociais, o presidente explicou que o preço da gasolina cairá de 2,55 dólares (cerca de R$13,4) para 2,45 dólares (cerca de R$12,85) por galão, enquanto o diesel passará de 1,90 (cerca de R$10) para 1,80 dólares (cerca de R$9,44) por galão.
“Todos consideram que o preço do combustível se tornou a pedra angular que mantém o conflito”, disse Lasso, acrescentando que, “embora como Governo tenhamos muito claro que não é este fator que causa os problemas dos equatorianos, devemos pensar no bem comum e na paz”.
Em resposta, a Conaie divulgou que fará uma “avaliação coletiva do anúncio feito pelo presidente Guillermo Lasso” para definir o “caminho a seguir”.
A redução de 10 centavos de dólar no preço do combustível anunciada pelo presidente Lasso é inferior à demanda do movimento indígena, que exige que o preço do galão da referida gasolina seja fixado em 2,10 dólares e o do diesel em 1,50 dólares.
O preço dos combustíveis mais utilizados é o primeiro dos dez pontos da lista de reivindicações da Conaie e de outras organizações camponesas que convocam as mobilizações desde o último dia 13 de junho.
HispanTV/Re´produção
Protestos contra governo Lasso acontecem desde o dia 13 de junho no Equador
Na noite do último sábado (25/06), o presidente do Equador ainda anunciou a revogação do estado de exceção instaurado em seis províncias do país em meio às mobilizações nacionais.
O estado de exceção havia sido decretado por Lasso desde o dia 18 de junho, inicialmente nas províncias de Imbabura, Pichincha e Cotopaxi, sendo posteriormente estendido em 21 de junho para Tungurahua, Chimborazo e Pastaza.
Já na semana anterior, pressionado pelos protestos, o mandatário atendeu outros pontos da lista de exigências dos manifestantes, tais como o perdão de dívidas de famílias camponesas e a redução das taxas de juros para empréstimos ainda em vigor, bem como o aumento de 50 para 55 dólares de um bônus para famílias em situação de vulnerabilidade.
As manifestações indígenas equatorianas são as maiores da história recente do país, tendo como palco central a capital Quito. Confrontos entre manifestantes e forças de segurança já deixaram ao menos seis mortos e 400 feridos. Mais de 100 pessoas foram detidas, segundo levantamento feito por organizações de defesa de direitos humanos.
O Congresso do Equador ainda analisa um pedido de destituição de Lasso pela “grave crise política e comoção interna” que assola o país. Uma nova sessão para decidir sobre o impeachment está marcada para esta terça-feira (28/06).
São necessários 92 dos 137 votos possíveis no Parlamento, onde a oposição tem maioria, embora fragmentada. Uma vez encerrados os debates, os deputados terão até 72 horas para votar.
(*) Com TeleSur.