O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira (25/09), que os ativistas ambientais da ONG Greenpeace presos por conduzir um protesto na primeira plataforma de petróleo da Rússia no Oceano Ártico violaram a lei internacional. No entanto, ele sinalizou que os integrantes da organização não devem ser acusados de pirataria.
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O navio dos ambientalistas foi confiscado e rebocado para a costa russa na terça-feira, após dois dos ativistas terem tentado escalar a plataforma em protesto contra os planos da Rússia de realizar perfurações no Ártico em busca de petróleo, o que dizem ser uma ameaça ao frágil ecossistema da região.
Agência Efe/Greenpeace
Navio Arctic Sunrise, usado por ativistas para protestar contra exploração de petróleo no Ártico
“É absolutamente evidente que eles não são, claro, piratas, mas sob um aspecto formal estavam tentando invadir esta plataforma… É evidente que essas pessoas violaram a lei internacional”, disse Putin em um fórum sobre o Ártico.
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A Rússia se preocupa que tais protestos possam afetar as tentativas de atrair investimentos estrangeiros para seus esforços de extrair os ricos recursos encontrados no Ártico, e afirma que o protesto na plataforma de petróleo da companhia Gazprom violou a soberania do país.
Greenpeace
A ONG internacional revelou ontem que os ativistas detidos na quinta-feira passada a bordo do navio são de 17 países diferentes: Brasil, Rússia, Argentina, Reino Unido, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália, República Tcheca, Polônia, Turquia, Finlândia, Suécia e França.
Após serem detidos nas águas do Ártico, os ativistas do Greenpeace estiveram sob custódia por cinco dias.
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Ativistas do Greenpeace são transferidos para prisões na Rússia
Os 30 ativistas a bordo do navio “Arctic Sunrise”, incluindo a bióloga brasileira Ana Paula Maciel, seriam interrogados nesta quarta (25), disse o Greenpeace, um dia após investigadores russos terem aberto um caso criminal por suspeita de pirataria, um crime que pode levar a até 15 anos de prisão.
Eles foram transferidos para diferentes prisões preventivas na cidade de Murmansk e arredores, segundo a agência Interfax. Os ativistas estrangeiros serão interrogados depois que forem disponibilizados tradutores e advogados, afirmaram as autoridades russas.
Na última quinta-feira, a guarda de fronteiras russa abriu fogo de advertência contra o “Arctic Sunrise” e depois deteve o navio, após a ação de vários ativistas que saíram em lanchas rumo à plataforma de petróleo da empresa russa Gazprom. Os ambientalistas pretendiam escalar a plataforma em protesto contra a exploração petrolífera no Ártico.
A Gazprom planeja começar a produção de petróleo nessa plataforma no primeiro trimestre de 2014, o que, segundo a ONG, aumenta o risco de um vazamento de petróleo em uma área que contém três reservas naturais protegidas pela própria legislação russa.
Na segunda-feira (23), o embaixador brasileiro na Rússia, Fernando Mello Barreto, afirmou que o governo prestará a ajuda necessária à brasileira, e um funcionário foi enviado à região para prestar assistência.
(*) com agências de notícias internacionais