Os dois jornais de maior circulação do Quênia informaram neste sábado (28/09) que o serviço de inteligência do país avisou ao governo sobre a possibilidade de um atentado terrorista nos moldes do realizado pelo grupo radical islâmico Al Shabab, que na semana passada tomou o controle no shopping center Westgate, na capital Nairóbi.
De acordo com relatórios publicados no Daily Nation e no The Standard, o serviço de inteligência havia advertido, desde janeiro, a Presidência sobre o aumento da atividade do grupo de origem somali no país. O número de alertas aumentou no início deste mês, com o prenúncio de um ataque de grande alcance.
Segundo os documentos, esta ação ocorreria entre os dias 13 e 21 de setembro em um alvo em Nairóbi. Em um dos relatórios, o shopping Westgate é mencionado como um dos possíveis locais do ataque.
Foram ainda relacionados os nomes dos terroristas que se envolveriam na ação e a possibilidade de estarem fortemente armados. O relatório também coloca Ahmed Iman Ali, suposto líder do Al Shabab no Quênia, como o homem que estaria à frente do atentado.
O ataque ao centro comercial da capital começou no sábado, 21, e terminou na terça, 24, após um cerco das forças de segurança do país. Segundo o governo, 72 pessoas morreram, sendo 61 civis, seis militares e cinco terroristas.
NULL
NULL
Os jornais afirmam que os documentos secretos foram vistos pelos ministros Joseph Ole Lenko (Interior), Raychelle Onamo (Defesa), Amina Mohammed (Relações Exteriores) e Julius Rotich (Fazenda). O chefe das Forças Armadas, Julius Karang, também teria recebido uma cópia.
Além disso, fontes militares revelaram à agência France Presse de que serviços de inteligência detectaram a mesma possibilidade, e nada foi feito.
O governo do Quênia não comentou sobre as informações publicadas pelos jornais, mas afirmou estar “em guerra” com o grupo terrorista, autor do ataque.
Detidos
Nesta sexta, 27, o ministro do Interior do Quênia informou que oito pessoas suspeitas de participarem do ataque continuam detidas; outras três já foram liberadas.
O Al Shabab disse que o ataque foi “apenas o primeiro ato”, sugerindo que haverá mais ações.