O EI (Estado Islâmico) divulgou nesta terça-feira (02/09) um vídeo em que mostra a suposta decapitação de mais um jornalista norte-americano, Steven Sotloff, em retaliação às “interferências” dos Estados Unidos no Iraque. O grupo agora ainda ameaça matar o refém britânico David Cawthorne Haines.
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Sotloff diz ter pago com sua vida o preço pela intervenção de Obama no Iraque
Diante das imagens, a Casa Branca disse estar “devastada” e assegurou que irá verificar a autenticidade da gravação. Este é o segundo vídeo divulgado em cinco dias. Na sexta-feira (29/08), um soldado curdo foi decapitado no que seria uma mensagem aos líderes da região para que retirem o apoio às ações dos Estados Unidos contra o EI.
“Vimos um vídeo que supostamente mostra o assassinato do cidadão norte-americano Steven Sotloff pelo Estado Islâmico. A comunidade de inteligência está trabalhando o mais rápido possível para determinar sua autenticidade. Se for genuíno, estamos devastados pelo brutal assassinato de um jornalista inocente e expressamos nossas mais profundas condolências a sua família e amigos. Daremos mais informação assim que for possível”, disse à imprensa Bernadette Meehan, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, como informou a agência Efe.
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O vídeo, intitulado “segunda mensagem à América” mostra Sotloff vestido com uma túnica laranja, ajoelhado junto a um homem encapuzado. Antes de ser decapitado, Sotloff se dirige a Obama e diz: “supunha-se que tua política exterior de intervenção no Iraque estava destinada a preservar vidas e interesses norte-americanos, por isso estou pagando o preço de tuas ingerências com a minha vida. Não sou um cidadão norte-americano?”
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Na sequência, o homem encapuzado diz a Obama que “voltou” devido à “arrogante” política do mandatário contra o Estado Islâmico e os ataques a Mossul, no Iraque, “apesar das advertências”. Ele acrescenta que “enquanto teus mísseis seguirem disparando contra nossa gente, nossa faca continuará cortando pescoços teus”. O homem adverte ainda que os governantes que se somam à “aliança diabólica” com os EUA contra o Estado Islâmico também estão ameaçados.
A gravação foi divulgada pelo grupo de inteligência Site e é visualmente semelhante às imagens da decapitação do jornalista James Foley há exatos 15 dias. Neste vídeo, os jihadistas mostram Sotloff e afirmam que a vida dele dependia “da próxima decisão de Obama”. O jornal norte-americano The New York Times considera a hipótese de eles terem sido mortos no mesmo dia.
Há suspeitas de que o algoz de Sotloff seja o mesmo de Foley, o britânico Abdel-Majed Abdel Bary, de 23 anos, conhecido entre os integrantes do Estado Islâmico como “Jihadi John”.
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Sotloff
A família do jornalista pediu privacidade para superar a “horrível tragédia”, após tomar conhecimento da existência do material.
Na semana passada a mãe do repórter divulgou um vídeo no qual pede para que o líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi, não mate o filho. “Steven viajou o Oriente Médio cobrindo o sofrimento dos muçulmanos na mão de tiranos”, afirmou.
O jornalista norte-americano, de 31 anos, nasceu em Miami. Ele foi capturado em agosto de 2013 perto da fronteira entre a Síria e a Turquia.
Ao longo de sua carreira, trabalhou como para veículos como Time, World Affairs Journal e Christian Science Monitor a partir da Líbia, Iêmen e Síria.