A quarta mobilização nacional contra Jair Bolsonaro deste ano que ocorreu neste sábado (24/07) em mais de 500 cidades brasileiras e de outros países ganhou destaque na imprensa mundial. A emissora catari Al Jazeera afirmou que os protestos foram “a mais recente demonstração de raiva e frustração” do povo brasileiro contra o governo.
“Manifestantes tomaram as ruas do Brasil mais uma vez para exigir que o presidente de extrema direita, Jair Bolsonaro, saia do cargo por sua gestão da pandemia do coronavírus e também por acusações de corrupção recentes”, disse a emissora.
A Al Jazeera ainda destacou que, segundo estimativas, protestos ocorreram em “500 cidades no Brasil e também fora do país”, apontando que os manifestantes protestavam contra “o atraso no programa de vacinação, a alta no desemprego e pediam mais auxílio emergencial”.
“Bolsonaro, um cético do coronavírus que diminuiu a gravidade da doença repetidamente, rejeitou durante meses pedidos para impor restrições para conter a propagação do vírus”, lembrou a emissora.
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Já o periódico britânico The Guardian destacou as mais recentes declarações de Bolsonaro e membros de seu governo sobre a integridade do sistema eleitoral brasileiro e lembra que o presidente ameaça não realizar eleições em 2022.
“Bolsonaro sugeriu diversas vezes, sem provas, que o atual sistema eleitoral é vulnerável a fraudes”, disse.
Outro elemento que deu forças aos protestos deste sábado, segundo o jornal, foram as pesquisas que mostram “Bolsonaro perdendo para [o ex-presidente] Lula, seu rival político”.
A agência alemã Deutsche Welle destacou que as manifestações ocorreram nas principais capitais do país, incluindo “Salvador, Belo Horizonte, Recife, Belém, Curitiba, Goiânia, Florianópolis, João Pessoa e Maceió. Em São Paulo e Rio de Janeiro, dezenas de milhares participaram dos protestos, segundo organizadores”.
Ricardo Stuckert/Fotos Públicas
Manifestações pelo impeachment do presidente brasileiro aconteceram neste sábado (24/07) em mais de 500 cidades do Brasil e do mundo
“Entre as principais pautas estiveram a defesa da democracia, o impeachment de Bolsonaro, o fim da corrupção, vacinas para todos, volta do auxílio emergencial de R$ 600 e geração de empregos de qualidade”, disse a agência.
A agência de notícias italiana ANSA, por sua vez, deu destaque às manifestações que ocorreram em “cidades estrangeiras, como Viena (Áustria), Berlim (Alemanha) e Tóquio (Japão)”.
A ANSA também lembrou que os atos ocorreram em meio a altos índices de mortos e infectados pela covid-19, mas apontou que “os protestos são realizados de forma pacífica e maioria dos participantes está com máscaras de proteção contra o coronavírus”.
Já na América Latina, as manifestações ganharam destaque na emissora multiestatal Telesur, que afirmou que “o povo do Brasil foi protagonista neste sábado em uma outra etapa da onda de protestos que pedem, desde maio, o fim do governo Bolsonaro”.
“Mesmo em meio a uma emergência sanitária, os protestos têm contado com apoio massivo da população, para quem o governo é mais perigoso do que o coronavírus”, lembrou a emissora.
O jornal argentino Pagina 12 também deu destaque aos atos afirmando que “a resistência democrática mobilizou centenas de milhares de pessoas” no país.
“Junto com os gritos pela saída do presidente de extrema direita e contra o ‘genocídio’ que ele promoveu por sua indiferença diante da covid-19, outras bandeiras foram somadas como o repúdio aos militares por sua participação no governo”, apontou o periódico.