O Grupo de Puebla, organização formada por 30 líderes de 12 países da América Latina, denunciou na última quarta-feira (08/06) a exclusão de Cuba, Nicarágua e Venezuela da IX Cúpula das Américas, que acontece nesta semana em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Segundo a organização, a exclusão de Cuba, Nicarágua e Venezuela acontece “por razões ideológicas” que “contradizem o princípio da não intervenção nos assuntos internos dos Estados e compreende a decisão legítima de outros países de se ausentar do evento por solidariedade para com os excluídos”.
Em nota, o Grupo de Puebla expressou “preocupação com o desenvolvimento” do evento, declarando que rejeita as ações promovidas por Washington contra estas nações.
“O presidente [Joe] Biden deverá aproveitar a Cúpula para renovar os compromissos assumidos pela administração Obama noutras cúpulas, e os seus próprios compromissos no que diz respeito à normalização das relações com Cuba, ao apoio ao diálogo democrático da Venezuela, à facilitação da migração da América Central”, acrescenta o texto.
Entre os líderes que não participarão da Cúpula das Américas estão: os presidentes Andrés Manuel López Obrador, do México, Luis Arce, da Bolívia, e a presidente hondurenha Xiomara Castro.
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Denúncia por meio de nota da organização expressa ‘preocupação’ com o evento
Leia a nota do Grupo de Puebla na íntegra:
O Grupo Puebla expressa a sua preocupação com o desenvolvimento da Cúpula das Américas atualmente em curso em Los Angeles, EUA.
Apesar de acolher e destacar o papel desempenhado pelo presidente da Argentina, Alberto Fernández, como presidente da CELAC, rejeita a exclusão de Cuba, Nicarágua e Venezuela do evento por razões ideológicas que contradizem o princípio da não intervenção nos assuntos internos dos Estados e compreende a decisão legítima de outros países de se ausentar do evento por solidariedade para com os excluídos.
O Presidente Biden deverá aproveitar a Cúpula para renovar os compromissos assumidos pela administração Obama noutras cúpulas, e os seus próprios compromissos no que diz respeito à normalização das relações com Cuba, ao apoio ao diálogo democrático da Venezuela, à facilitação da migração da América Central, à continuação do processo de paz na Colômbia e à realização de um diálogo internacional franco sobre a oportunidade de implementar uma nova política de luta contra a droga e uma maior responsabilidade por parte dos Estados Unidos na luta contra as drogas ilícitas. Além disso, apelamos ao Presidente Biden para ajudar a prevenir o abundante tráfico de armas nos Estados Unidos para os cartéis e máfias latino-americanos.
(*) Com Telesur.