O ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, afirmou na segunda-feira (27/03) que por conta da postura da Casa Branca, a relação com os Estados Unidos está no pior momento de sua história. A fala ocorreu durante Fórum de Desenvolvimento da China, um evento de três dias que começou em Pequim com a presença de políticos e pesquisadores.
“A principal causa da situação atual é que os Estados Unidos consideram a China como seu concorrente estratégico mais importante e um grande desafio geopolítico, e estão engajados na dissociação econômica e na contenção tecnológica”, disse Qin, de acordo com o South China Morning Post.
Para ele, a relação entre as duas maiores economias do mundo está em seu pior momento “desde o estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países”.
Washington e Pequim trocam sanções e acusações de espionagem em um ritmo acelerado. Os Estados Unidos têm investido especial atenção nas sanções contra o setor de semicondutores da China, em uma tentativa de frear o desenvolvimento tecnológico do país asiático.
Xinhua
Chanceler chinês Qin Gang foi embaixador do seu país nos Estados Unidos entre 2021 e 2022
Além disso, o não alinhamento da China com a posição dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) diante da guerra da Ucrânia aprofunda ainda mais as diferenças.
O chanceler chinês afirmou que prejudicar o crescimento econômico de seu país tem como risco trazer estagnação para os Estados Unidos e a economia global – e destacou casos de cooperação entre os países.
Um dos exemplos citados é a fábrica de carros da empresa estadunidense Tesla em Xangai, responsável por produzir “74 mil veículos em fevereiro”.
O chanceler, que foi embaixador da China nos Estados Unidos, destacou ainda a fábrica da chinesa Fuyao Vidros em Ohio, responsável por gerar cerca de 2 mil empregos diretos no país.