Após ter sido convocado pelo presidente italiano, Giorgio Napolitano, para uma reunião sobre o futuro político do país, o líder do PD (Partido Democrático) e prefeito de Florença, Matteo Renzi, aceitou nesta segunda-feira (17/02) “com reservas” a incumbência do chefe de Estado de formar um novo governo.
Dessa forma, Renzi levará alguns dias para realizar consultas com as outras lideranças políticas que farão parte da coalizão partidária do novo Executivo. Posteriormente, Renzi voltará a se encontrar com Napolitano para comunicar sua resposta definitiva.
Leia mais: Renúncia de Letta evidencia volatilidade de governos italianos
Agência Efe
Apontado novo premiê pelo presidente, Matteo Renzi, concede entrevista para dizer que aceita “com reservas” tarefa de formar governo
A articulação política dos próximos dias é importante sobretudo para selar um acordo formal com a pequena legenda Nova Centro-Direita, de Angelino Alfano, o que garantiria a Renzi maioria para formar seu gabinete antes de buscar o voto de confiança no Parlamento italiano que o confirmaria como novo primeiro-ministro — procedimento que deverá ocorrer na próxima semana.
Em entrevista coletiva no Palácio do Quirinale, Renzi afirmou que colocará todo seu “compromisso e energia” para resolver esta “difícil situação”. O líder do partido de centro-esquerda ainda prometeu apresentar um programa de reformas para serem levadas a cabo nos primeiros meses de seu eventual governo. No entanto, caso assuma definitivamente o cargo de primeiro-ministro, terá que enfrentar a mesma (e frágil) coalizão legislativa que poucas mudanças conseguiu imprimir à Itália.
Renzi disse também que, após as consultas com Napolitano, surgiu o desejo de alguns partidos de que o próximo Executivo termine a legislatura, que se encerra em 2018, para que as reformas que o país necessita possam ser feitas.
“Sei que fora daqui se percebe a urgência da criação de um governo, mas acho que se o horizonte é uma legislatura completa serão necessários dias para se chegar a uma conclusão”, disse o prefeito de Florença.
Agência Efe
Nas imediações do palácio onde reuniam-se Renzi e Napolitano, manifestantes protestam pedindo novas eleições na Itália
“É fundamental que todas as forças políticas que conformarão a maioria estejam conscientes das próximas fases”, acrescentou.
Além disso, Renzi destacou que o compromisso de seu governo será o de terminar em fevereiro as discussões sobre a nova lei eleitoral e as reformas constitucionais; em março, se ocupar da temática do emprego; em abril, das instituições públicas; e, em maio, da questão dos impostos.
O líder do PD deixou claro que sua grande preocupação é resolver o problema do desemprego que afeta “sua geração”.
Renzi viajará hoje para Florença para apresentar sua renúncia como prefeito da capital da região da Toscana e as rodadas de consultas começarão amanhã.
NULL
NULL
Renúncia de Letta
O ex-premiê Enrico Letta renunciou ao cargo na última sexta-feira (14/02), após perder o apoio da coalizão que detém maioria no parlamento, encabeçada pelo seu próprio partido, o PD.
Agência Efe
O ex-premiê Enrico Letta chega ao Palácio do Quirinale, residência do presidente, para a reunião em que entregou o pedido de renúncia
A manobra que tirou Letta do governo foi liderada por Renzi, líder do PD, que apresentou ao partido o pedido para a formação de um novo Executivo. O PD, em um ato de motim contra Letta, aprovou a medida, forçando o premiê a entregar seu pedido de demissão, aceito pelo presidente, Giorgio Napolitano, no dia seguinte.
* Com informações da Agência Efe