O ex-ministro da Educação da França Benoît Hamon, 49 anos, surpreendeu e venceu o primeiro turno das primárias do Partido Socialista francês no último domingo (22/01).
Hamon, que pertence à ala mais esquerda do partido, obteve 36,12% dos votos contra 31,24% do ex-premiê Manuel Valls, 54, que é da ala mais à direita da sigla. Os dois se enfrentarão no segundo turno, marcado para o dia 29 de janeiro. Em terceiro lugar, ficou o ex-ministro da Economia Arnaud Montebourg, com 18%, que havia sido apontado como o “provável finalista” com Valls.
Hamon comemorou sua vitória e disse que quer “mudar o modelo de desenvolvimento” do país, colocando “fim à velha política” francesa. Entre as principais propostas de Hamon, está o pagamento de um salário mínimo de 750 euros para todos os cidadãos com mais de 18 anos, a legalização do uso recreativo da maconha e a reforma do sistema prisional francês.
Agência Efe
Benoit Hamon, ex-ministro da Educação da França, venceu primeiro turno das primárias para escolher candidato presidencial do Partido Socialista
Já em campanha, Valls afirmou que “não acredita” ser possível pagar um salário mínimo para todos os franceses e que a escolha de Hamon é “fracasso garantido” nas eleições presidenciais.
“Os franceses estão perante a uma escolha muito clara: entre o fracasso garantido e a vitória possível, entre promessas irrealizáveis e uma esquerda crível, que assume as responsabilidades do país”, disse Valls.
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Segundo Montebourg – também da ala esquerda dos socialistas e que já manifestou apoio a Hamon no segundo turno –, os eleitores castigaram Valls por ele ter contribuído para a “deriva liberal” do mandato do presidente François Hollande, cuja medida mais impopular foi a reforma trabalhista.
Quem ganhar o segundo turno enfrentará uma eleição difícil em abril e maio de 2017, segundo as pesquisas de intenção de voto.
Qualquer um dos dois candidatos socialistas seriam amplamente superados no primeiro turno, nesta ordem, pelo candidato da direita, François Fillon, e pela ultradireitista Marine le Pen.
Seriam também superados por uma notável margem por outros dois candidatos de esquerda: o sócio-liberal Emmanuel Macron e o radical Jean-Luc Mélenchon, ambos dissidentes socialistas.
As primárias do partido refletiram certo desencanto dos socialistas e atraiu dois milhões de eleitores, menos que 2,6 milhões do primeiro turno das primárias de 2011 e muito menos que os 4,2 milhões das votações da centro-direita de novembro do ano passado, em que Fillon foi o vencedor.
*Com ANSA e Efe