A Frente de Resistência de Honduras não reconhecerá Porfirio Lobo como presidente do país e “tornará as coisas difíceis”, afirmou hoje (25) uma porta-voz da organização que participa do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre.
“O golpe de Estado não terminou e Lobo somente representa a continuidade desse atentado à democracia”, disse Lorena Zelaya, representante da frente na reunião do movimento contra a globalização.
Zelaya, que não tem parentesco com o presidente deposto, Manuel Zelaya, disse aos jornalistas que a organização não aceitará “esse governo que surgiu a partir do golpe das eleições” presidenciais de 29 de novembro passado.
A única saída aceitável é a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, “com a participação dos movimentos sociais”, assinalou. O intuito de reformar a Constituição foi o pretexto usado pelos golpistas para apear Zelaya do poder.
Mobilização
A ativista insistiu que os grupos sociais e políticos representados na frente não devem reconhecer o processo eleitoral, “por isso não podem reconhecer seus resultados”. E assegurou que a “mobilização popular” não acaba com a posse de Lobo, na próxima quarta-feira.
Pelo contrário, anunciou que nesse mesmo dia “milhares e milhares de hondurenhos” tomarão as ruas de Tegucigalpa e San Pedro Sula, a segunda maior cidade do país, para “protestar pelas eleições que só serviram para tirar um golpista oficial e colocar um golpista eleito”.
Segundo Lorena Zelaya, “a Lobo custará muitíssimo governar”, porque além da pressão que enfrentará dos movimentos sociais, também receberá um país “economicamente quebrado”. Ela atribui essa situação à gestão do presidente de facto, Roberto Micheletti, que assumiu após o golpe. “Ele deixou o país em ruínas”.
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