A Rússia qualificou nesta sexta-feira (28/03) de “iniciativa contraproducente” a resolução adotada na quinta (27/03) pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) que denuncia o referendo na Crimeia e a anexação da península ucraniana à Rússia.
“A iniciativa contraproducente só complica a resolução da crise política na Ucrânia”, disse, em comunicado, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov.
A resolução, sem caráter vinculante, proposta pela Ucrânia e copatrocinada por países ocidentais, teve 100 votos a favor, 11 contrários e 58 abstenções, entre os 193 membros da Assembleia Geral. Redigida em termos moderados, o documento não critica explicitamente Moscou.
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“O grande número de abstenções e de ausentes é um testemunho eloquente da rejeição de uma interpretação parcial dos acontecimentos na Ucrânia”, disse o chanceler russo.
Ele lamentou ainda o que chamou de pressão vergonhosa. “[Isso] chega a ser chantagem política e econômica, exercida [pelos países ocidentais] sobre um certo número de Estados-Membros para que votassem a favor [da resolução contra a anexação]”.
A resolução informa que o referendo organizado pelas autoridades pró-russas da Crimeia no dia 16 de março “não tem validade” porque “não foi autorizado” por Kiev e pede aos países-membros que não reconheçam qualquer alteração ao estatuto da península no mar Negro.
Ela também solicita aos países que se abstenham de qualquer tentativa de alteração das fronteiras da Ucrânia por meio da ameaça, do uso da força ou outros meios ilegais e apela ao diálogo para uma resolução pacífica da crise.
(*) Com Agência Lusa