Não é só o Brasil que está aproveitando economicamente a Copa do Mundo. Os restaurantes, postos de gasolina e pequenos mercadinhos do norte da Argentina vêm faturando bastante com a caravana de torcedores chilenos que cruza o país em direção ao Brasil, para acompanhar sua seleção.
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Restaurantes, postos de gasolina e pequenos mercados faturam com passagem de caravana chilena rumo à Copa
Por onde passaram, os carros enfeitados com bandeiras chilenas deixaram sua marca. Em Jujuy, Salta, Resistencia, Corrientes e Posadas, a caravana foi recebida com olhares curiosos, acenos e até alguns aplausos e gritos de incentivo, às vezes respondidos com o tradicional “Chi Chi Chi Le Le Le”.
O comércio dessas cidades também está aproveitando essa inesperada surpresa estrangeira, principalmente os restaurantes. O Paradero Las Lomas, um mini restaurante com mercadinho e cabine telefônica (existem muitos na Argentina), teve seu melhor mês de vendas em dez anos.
Carina Romero e Paulo Villena, os atendentes do local, não escondiam os sorrisos, entre uma corrida para levar um prato e retorno à caixa registradora. “Os preços sobem muito por aqui e têm diminuído o número de clientes argentinos por isso”, conta Carina, que também destaca o nível de consumo dos chilenos: “Para eles deve ser muito barato, porque consomem bastante e alguns pedem pratos caros”.
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Nos postos de gasolina, não há frentista que perca a oportunidade de perguntar sobre que jogos eles pretendem ver e se acham que o Chile pode ir longe na Copa. “Vamos ser campeões”, respondeu Fabián Castillo, um dos mais otimistas da caravana, que escutou o frentista responder: “Terá que passar pela Argentina primeiro”.
Victor Farinelli/Opera Mundi
Com a caravana, um dos restaurantes do norte argentino teve seu melhor faturamento mensal em dez anos
A troca de provocações futebolísticas entre os torcedores dos dois países tem sido amistosa. Em geral, termina com os argentinos desejando boa sorte aos viajantes e à sua seleção, mas não faltou o frentista que se despediu dizendo: “Tomara que o Chile chegue longe, que termine em segundo”. Ninguém precisou perguntar quem ele queria que ficasse em primeiro.
Percurso
A caravana se divide novamente. As fortes chuvas na província de Misiones, próxima a Foz do Iguaçú, fizeram transbordar o Rio Paraná, o que provocou o corte em duas pontes da região fronteiriça, deixando apenas uma estrada disponível em direção à aduana brasileira. Isso fez com que alguns veículos se perdessem no caminho, ao escolherem rodovias bloqueadas — principalmente os veículos que vieram no grupo que partiu no sábado, e que não conseguiram se unir a tempo com os que estavam acampados em Posadas desde domingo.
Do primeiro grupo da caravana, que saiu de Santiago na sexta-feira, a maioria já está acampada no Estádio Nacional de Dourados (MS).