O referendo convocado pelo governo do Egito para legitimar a nova Constituição conseguiu 98,1% de votos “sim”, informou neste sábado (18/01) o presidente da Comissão Eleitoral, Nabil Salib. A participação na votação, que foi boicotada por grupos da oposição (como a Irmandade Muçulmana, do presidente deposto Mohammed Mursi), foi de 38,6% – cerca de 20,5 milhões de pessoas.
Por conta do boicote, era esperado que a aprovação fosse maciça. Praticamente não houve campanha para o voto não. Por isso, a disputa passou a ser pela participação, que acabou não tão alta quanto esperavam as autoridades do país.
Agência Efe
Nabil Salib, presidente da comissão Eleitoral do Egito apresentou neste sábado resultados do referendo sobre Constituição
Mesmo assim, ela foi maior que o comparecimento no último referendo constitucional, em 2012, quando a Carta Magna redigida pela então administração islamita foi referendada com 64% dos votos. Um alto número de votantes era uma das maneiras de o atual governo tentar mostrar respaldo popular ao período transitório e ao golpe militar que depôs Mursi em 3 de julho.
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Durante a votação, realizada nos dias 14 e 15 de janeiro, houve registros de violência. Pelo menos nove pessoas morreram e 444 foram detidas.
O referendo também ganhou contornos plebiscitários sobre a figura do chefe das Forças Armadas, general Abdel Fatah al Sisi, que ventilou a possibilidade de se candidatar à presidência nas próximas eleições “se o povo assim pedir”.
A nova Constituição suaviza o tom islamita da aprovada em 2012, durante o mandato de Mursi, e reforça o papel das Forças Armadas, que poderão designar o ministro da Defesa nos próximos oito anos.
Agência Efe
Referendo teve 98,1% de votos favoráveis à nova Constituição
(*) Com Efe