A candidata Claudia Sheinbaum, do partido Movimento de Regeneração Nacional (Morena), deve ser a sucessora de Andrés Manuel López Obrador e, consequentemente, a primeira mulher eleita presidente do México, segundo apontam os resultados preliminares.
Desde as primeiras parciais, divulgadas pelo Instituto Nacional Eleitoral (INE) a partir das 23h de Brasília (20h no México), Sheinbaum aparece em primeiro lugar com ampla vantagem. A contagem avança com lentidão, mas, até o fechamento desta reportagem, a ex-governadora da Cidade do México impõe uma diferença sobre sua adversária, a senadora de direita Xóchitl Gálvez, de quase o dobro da porcentagem.
Na parcial mais recente, com 32,3% das urnas apuradas, Sheinbaum aparece com 57,3% dos votos, enquanto Gálvez reúne 29,9%. O terceiro colocado, Jorge Álvarez Máynez, do partido centrista Movimento Cidadão, tem 10,4%.
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A liderança de Sheinbaum não é uma surpresa, já que pesquisas de intenções de votos indicavam uma vitória folgada da candidata do Morena. As pesquisas de boca de urna divulgadas após votação, publicadas pelo jornal El Financeiro e pelos canais N+ e TV Azteca também a declararam vitoriosa neste pleito.
Antes mesmo dessas divulgações, o líder nacional do Morena , Mario Delgado Carrillo, garantiu o resultado a favor de Sheibaum e a mencionou como “a primeira mulher a liderar um país da América do Norte” – informação que é correta, já que os Estados Unidos jamais tiveram uma mulher como presidente, e o Canadá tampouco tiveram uma mulher primeira-ministra.
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“O México deixará o machismo para trás. A esperança transformadora volta a abrir caminho face ao conservadorismo”, disse Delgado Carrillo.
No entanto, Gálvez também se declarou vencedora, em um discurso que realizou em seu quartel-general de campanha, após a votação.
A jornada eleitoral que começou às 8h neste domingo em todo o território mexicano foi marcada por ataques de grupos armados em alguns pontos do país, incluindo o Distrito Federal, a Cidade do México.
Dado que a votação é realizada em papel no país, diversos desses ataques incluíram incêndio com coquetéis molotov para interferir no processo eleitoral, especialmente em locais dominados pelo narcotráfico.