O ator Ricardo Darín, um dos rostos mais conhecidos do cinema argentino, aparece como figura principal de uma campanha realizada por artistas contra o projeto de ajuste econômico apresentado pelo presidente de extrema direita Javier Milei, que prevê cortes profundos no orçamento do país. Caso o texto que tramita no Congresso seja aprovado, o setor da cultura seria um dos que mais perderia recursos.
“Por que destruir algo que funciona bem?”, perguntam os participantes do vídeo divulgado nas redes sociais pela Sociedade Argentina de Gestão de Atores Performantes (SAGAI), que se define como uma associação civil sem fins lucrativos que administra e administra os direitos de propriedade intelectual dos artistas intérpretes ou executantes.
“Não são privilégios, são direitos” é o lema principal da campanha que circula há dias nas redes sociais e que acompanha outras iniciativas contra os cortes culturais incluídos na Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos, conhecida como “Lei Ônibus” e que atualmente está em debate no Congresso do país sul-americano.
Em outro trecho, aparece o filho de Darín, o também ator Chino Darín, que questiona: “por que destruir algo que funciona bem?”. Em seguida, a atriz Pilar Gamboa diz que “o mundo nos reconhece pelo nosso cinema, pelo nosso teatro e pela nossa música”. Simultaneamente, o vídeo exibe diversas imagens de importantes filmes argentinos. “Nossa indústria cultural tem superávit”, acrescenta o ator Facundo Arana.
Ao final do vídeo, aparece Ricardo Darín, enfatizando o tema da campanha: “não são privilégios, são direitos”.
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Darin exige que um dos artigos do megaprojeto de lei do Governo referente à cultura seja revogado
O ator é protagonista de alguns dos filmes argentinos com maior difusão internacional, como Nove Rainhas, O Filho da Noiva, Tese Sobre um Homicídio, O Segredo dos Seus Olhos, Um Conto Chinês e Argentina 1985, entre outros.
Após vitória eleitoral de Javier Milei, vários artistas argentinos foram hostilizados nas redes sociais por se posicionarem contra a candidatura do político de extrema direita, devido à sua promessa de fechar o Ministério da Cultura – que ele cumpriu como presidente.
‘Cultura argentina em perigo’
Um outro manifesto organizado por artistas reuniu mais de 20 mil figuras do cinema, da televisão e da música que assinaram um documento intitulado ‘A cultura está em perigo’.
Entre os apoiadores do dessa outra iniciativa estão nomes famosos como os cantores Charly García, Fito Páez e León Gieco, a escritora e dramaturga Claudia Piñeiro, a atriz Cecilia Roth e o ator Leonardo Sbaraglia assinaram endereçada ao Congresso e intitulada 'Cultura está em perigo'.