Em entrevista concedida nesta quarta-feira (19/07), a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que o país enviou à Organização das Nações Unidas (ONU) um memorando que apresenta as condições sob as quais Moscou aceitaria voltar a discutir seu retorno ao acordo sobre grãos.
Moscou tomou a decisão de abandonar o acordo na segunda-feira (17/07), horas depois do atentado contra a Ponte de Kerch, que liga as regiões russas da Crimeia e de Krasnodar, ação que a Rússia considerou como um “ataque terrorista” e responsabilizou a Ucrânia por sua autoria – Kiev negou sua participação, embora algumas de suas autoridades tenham dado declarações polêmicas a respeito do interesse ucraniano em recuperar o território da Crimeia.
No memorando enviado nesta quarta, dois dias depois do atentado, o Kremlin revelou os cinco requisitos que a Rússia exige que sejam cumpridos, como condição para aceitar discutir a retomada do acordo.
As cinco exigências russas são: a normalização das exportações agrícolas russas, a retomada do fornecimento de máquinas agrícolas, a retomada do fornecimento de peças de reposição e manutenção, o levantamento da proibição de acesso aos portos e também da proibição de negociar com sua moeda local, o rublo.
TASS
Porta-voz Maria Zakharova afirmou que a Rússia aceitaria retornar ao acordo de grão sob certas condições
Segundo a porta-voz russa, Moscou está comprometida a “voltar a se sentar para discutir a retomada do pacto dos grãos, se houver resultados concretos sobre o cumprimento dessas condições”.
O conflito acontece próximo ao aniversário do acordo de grãos, que foi assinado em 22 de julho de 2022, entre Rússia, Turquia e representantes da ONU, para desbloquear a exportação de grão e fertilizantes da Ucrânia através do Mar Negro.
Um dos elementos desse acordo é que ele tem vigência de apenas dois meses, o que exige uma renovação permanente para que se mantenha válido. A última renovação aconteceu justamente há dois meses, em maio passado.