O comitê que investiga a explosão ocorrida nesta segunda-feira (03/04) no metrô de São Petersburgo, segunda maior cidade da Rússia, identificou nesta terça-feira (04/04) o suposto autor do ataque que deixou 14 mortos e quase 50 feridos.
Segundo o comitê, trata-se de Akbarzhon Dzhalilov, um homem de 22 anos nascido na ex-república soviética do Quirguistão. Ele teria deixado uma mochila com um explosivo na estação Ploschad Vosstaniya e, em seguida, embarcado no terceiro vagão de um trem, onde teria detonado uma bomba entre as paradas Sennaya Ploshchad e Tekhnologichesky Institut, matando pelo menos 14 pessoas.
Os restos mortais de Dzhalilov foram encontrados no terceiro vagão do trem atingido pelo ataque, o que confirmaria a hipótese de um ato suicida. “Especialistas do comitê investigativo russo, trabalhando com a FSB [agência de inteligência] e o Ministério do Interior, estabeleceram que o artefato explosivo pode ter sido detonado por um suspeito cujos restos fragmentados foram achados dentro do terceiro carro”, disse a porta-voz do órgão, Svetlana Petrenko.
Mais cedo, fontes dos serviços de inteligência do Quirguistão haviam dito à imprensa local que o terrorista era um cidadão russo de origem quirguiz.
O atentado ocorreu entre as estações Sennaya Ploshchad e Tekhnologichesky Institut, na linha azul, que percorre a cidade no sentido norte-sul, e deixou ao menos 14 mortos, segundo o último balanço do Ministério da Saúde. Apesar da explosão, o condutor ainda levou o trem até a parada Tekhnologichesky Institut para facilitar o resgate.
Inicialmente, falou-se em duas bombas, mas logo ficou claro que apenas uma havia explodido, provavelmente no terceiro vagão da composição. Pouco depois, um artefato contendo 1 kg de TNT foi achado em outra estação da cidade, mas o explosivo foi desarmado pelas forças de segurança.
Nesta terça, um novo alarme fechou novamente a estação Sennaya Ploshchad, mas nada foi encontrado.
Agência Efe
Trem ficou destruído após ataque a bomba no metrô de São Petersburgo
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Há diversos grupos que teriam interesse em atacar a Rússia, a começar pelos jihadistas do Estado Islâmico (EI), que é alvo de bombardeios de Moscou, aliada do presidente Bashar al Assad, na Síria. Se essa hipótese se confirmar, terá sido o primeiro ataque da milícia em solo russo.
O extremista Estado Islâmico é um dos grupos que teriam interesse em atacar a Rússia, pois é alvo de bombardeios de Moscou, aliada do presidente Bashar al Assad, na Síria. O EI reivindica o abatimento de um avião russo que voava entre Sharm el Sheikh, no Egito, e São Petersburgo, em outubro de 2015, que deixou 224 mortos. No entanto, Rita Katz, diretora do Site, portal que monitora a atividade de extremistas na internet, relata que os canais ligados ao Estado Islâmico estão “relativamente quietos” e com pouca comemoração.
Outras hipóteses apontam para uma explosão causada por extremistas da Chechênia e do Daguestão, repúblicas russas que abrigam movimentos separatistas. Grupos dessas duas regiões já cometeram atentados nas principais cidades da Rússia, como Moscou e São Petersburgo, inclusive contra o sistema de transporte público.
Segundo a agência russa Tass, Dzhalilov teria ligação com milícias rebeldes na Síria. A agência cita fontes próximas às investigações e diz que a polícia estaria buscando dois possíveis cúmplices, um homem e uma mulher, também do Quirguistão. Ainda de acordo com a “Tass”, o explosivo não detonado encontrado em uma estação devia ter sido acionado por meio de um celular.
Ainda não se sabe os motivos do ataque, mas há muitos nativos da Ásia Central, região onde se encontra o Quirguistão, combatendo ao lado de milícias rebeldes e grupos terroristas na Síria, combatidas pela Rússia ao lado do governo sírio.
*Com ANSA