O favoritismo do candidato do Partido Social da União Democrática à presidência da Colômbia, Juan Manuel Santos, para o segundo turno das eleições, segue crescendo segundo novas pesquisas divulgadas pela mídia local. A 8 dias da eleição, a corrida pelo voto se intensifica e o candidato opositor do Partido Verde, Antanas Mockus, tenta correr atrás de novos adeptos para alcançar o concorrente.
De acordo com levantamento realizado pela Invamer Gallup, empresa de pesquisa de mercado e opinião pública, no segundo turno Santos teria 66,5% das intenções de voto, enquanto Mockus 27,4%. Entretanto, o Centro Nacional de Consultoria atribui 60,8% para o candidato de Uribe contra 28,3% para o nomeado do Partido Verde.
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Aparentemente preocupado com a diferença expressa pelas pesquisas, Mockus alfinetou Santos durante viagem de campanha pelas cidades de Medellín e Cartagena dizendo que até agora o candidato do Partido da U não debateu a questão da corrupção, um dos principais problemas do governo Uribe.
Efe
MockusDurante viagem de campanha a Medellín e Cartagena discursa para ganhar mais adeptos
Além disso, o candidato do PV aproveitou o momento para expor seu plano de governo para o setor educativo, um dos pilares da campanha, e centrou seu discurso em enfatizar que cada voto é importante, porque ele “não é o mesmo que seu rival”.
“Não vamos ser puros exportadores de carvão, gás e petróleo. Vamos exportar conhecimento”, disse aos jornalistas no Museu de Arte Moderna de Medellín, durante um ato com centenas de simpatizantes, em sua maioria jovens.
Para Mockus, aqueles que têm a “responsabilidade” de melhorar a Colômbia, como ele, precisam “pensar grande”. Um modelo econômico com competitividade, ao lado dos investimentos em educação, é um dos aspectos que o candidato colocou como crucial para não limitar a política colombiana a “sobrevivência a curto prazo”.
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“Todos dizem que a educação é importante, mas ninguém a incentiva, porque os resultados são colhidos dez ou 15 anos depois”, disse Mockus, que é matemático, filósofo e ex-prefeito de Bogotá. “Precisamos olhar além”, completou.
O ex -prefeito de Medellín e candidato a vice-presidente, Sergio Fajardo, será o encarregado de apresentar o programa educativo que o Partido Verde aplicará se chegar ao governo.
Para ele, a educação deve ser “um motor de transformação social” e uma das principais medidas a ser priorizadas. “Um projeto de vida começa por um projeto educativo”, insistiu Fajardo.
Efe
Diante do favoritismo de Santos, Mockus aposta na educação como uma das bandeiras de seu governo
Em sua primeira aparição pública depois de uma operação no quadril que o manteve afastado da campanha durante semanas, Fajardo lembrou que “nunca na história” da Colômbia se tenha pensado em criar um imposto “extraordinário” para financiar a educação, com foi o “imposto à guerra” do Governo de Uribe, usado sobretudo para fortalecer as Farc e com o qual foram arrecadados mais de 10 trilhões de pesos (equivalente a 5 bilhões de dólares).
Já em relação ao combate ao tráfico e a redução da violência, uma das bandeiras da política de “segurança democrática” do governo Uribe e um dos principais problemas da Colômbia, Mockus propôs: “pensemos grande”.
Venezuela
Durante a viagem por Medellín e Cartagena Mockus disse que, se eleito, irá “zelar pela relação entre a Colômbia e a Venezuela”.
O candidato, que reiterou não ser “chavista”, esclareceu que sempre teve prudência ao falar sobre o líder venezuelano e disse que chegou até a ser convidado por opositores a Chávez para ir a Venezuela, porém o convite não foi aceito por ser coerente entre o que diz e o que faz com relação ao governo do país vizinho.
As relações entre Bogotá e Caracas entraram em crise há meses, principalmente por causa da assinatura de um acordo militar entre Estados Unidos e Colômbia que permite forças americanas de usarem sete bases no país andino para combater o narcotráfico e o terrorismo.
Diante disso, Chávez “congelou” em agosto passado as relações com a Colômbia, o que provocou graves consequências para o comércio bilateral. A partir daí, o governo venezuelano deteve, segundo Bogotá, cerca de 20 colombianos acusados de espionagem.
Duelo
Diante dos resultados expostos pelas últimas pesquisas eleitorais, Mockus advertiu que ainda pode haver uma “surpresa”, como aconteceu no dia 30 de maio. Para o primeiro turno, as pesquisas previam um empate entre Santos e Mockus, mas o candidato governista conquistou mais de 25 pontos de vantagem sobre seu rival. Na ocasião, Santos obteve 46,6% dos votos contra 21,5% de Mockus.
“Se apenas ‘a metade’ dos aproximadamente 51% eleitores que não votaram no dia 30 de maio for às urnas no segundo turno, essa surpresa pode acontecer” disse Mockus aos jornalistas e pediu que as pessoas atuem “com responsabilidade” e exerçam seu direito ao voto.
No entanto, os analistas colombianos preveem que, em um país onde o voto não é obrigatório, a abstenção de 20 de junho seja ainda maior que a do primeiro turno, já que serão disputadas três partidas da Copa do Mundo no mesmo dia.
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