Em entrevista realizada nesta segunda-feira (26/12) à agência de notícias alemã DPA, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, mostrou otimismo em que Suécia e Finlândia sejam oficialmente admitidas na aliança já em 2023.
Segundo Stoltenberg, “existe plena confiança de que o processo de ratificação será finalizado a tempo” de que os dois países nórdicos passem a formar parte da organização durante o ano que vem.
A principal ameaça para esse cenário seria uma negativa por parte da Turquia, que enfrenta problemas com os dois países escandinavos, pelo apoio desses governos a organizações curdas e ao líder religioso Fethullah Gülen, opositor ao governo do presidente Recep, Tayyip Erdogan, que o considera um “terrorista”.
Suécia e Finlândia solicitaram formalmente seu ingresso na OTAN em maio de 2022. Para que esse pedido seja atendido, ele precisa ser aprovado pelos atuais 30 membros da aliança, entre eles a Turquia.
Håkan Dahlström / Wikimedia Commons
O secretário geral da OTAN, Jens Stoltenberg
Dias atrás, o ministro da Defesa da Turquia, Hulusi Akar, declarou que Suécia e Finlândia devem tomar “medidas concretas na luta contra o terrorismo”, e que esta é uma das condições para que Ancara destrave a adesão de ambos à OTAN.
Nesse sentido, o governo sueco aceitou, dias atrás, a extradição para a Turquia de Mahut Tat, membro do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). É a primeira vez que o país toma uma medida nesse sentido.
No entanto, essa surpreendente decisão acontece pouco depois de a Suprema Corte sueca bloquear o pedido de extradição do jornalista Bulent Kenes, acusado na Turquia de participar da tentativa de golpe de 2016 e de fazer parte do movimento ligado a Gülen, decisão que foi mal vista por Ancara.