Quinta-feira, 17 de julho de 2025
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O segundo dia de greve contra a reforma da Previdência desejada pelo presidente Emmanuel Macron perturba principalmente o setor de transportes na França, nesta sexta-feira (6).

Nove das 14 linhas do metrô de Paris continuam completamente paralisadas, três funcionam parcialmente e apenas as duas linhas automáticas circulam normalmente. O serviço de ônibus é a alternativa para os parisienses que tentam ir ao trabalho. Mas várias linhas são afetadas pelo movimento e os ônibus estão lotados.

O tráfego ferroviário e aéreo também continua perturbado, assim como o funcionamento de creches, escolas e hospitais da rede pública. Sem transporte público, a região parisiense registrou 350 km de congestionamentos nesta manhã.

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Balanço positivo dos sindicatos

O primeiro dia do movimento foi considerado um sucesso pelos sindicatos: 1,5 milhão de manifestantes nas ruas, segundo a Confederação Geral do Trabalho (CGT) 800 mil pelos cálculos do governo. O primeiro-ministro, Ediaurd Philippe, irá anunciar o projeto definitivo da reforma da Previdência na semana que vem. Mas os líderes dos principais sindicatos do país devem realizar novas ações até lá.

Primeiro dia do movimento, nesta quinta, foi considerado um sucesso pelos sindicatos: 1,5 milhão de manifestantes nas ruas, segundo a Confederação Geral do Trabalho

France Insoumise/Twitter

Greve geral na França levou 1,5 milhão às ruas no país, segundo sindicato

A greve nos transportes é anunciada pelo menos até a próxima segunda-feira (09/12). Os sindicatos convocam para a terça-feira (10) uma nova jornada de mobilização nacional. A expectativa de algumas centrais sindicais é que a mobilização seja superior àregistrada ontem. O governo mantém aberta as negociações.

Os grevistas temem que a reforma diminua o valor das pensões. O novo dispositivo pretende adotar um sistema de pontos que equilibra as aposentadorias de acordo com os salários ao longo de toda a carreira, e não apenas nos melhores anos, como ocorre atualmente. O sistema universal proposto pelo governo acaba com a distinção entre regime público e privado.

Aposentadorias limitadas a 14% do PIB

O governo quer manter os gastos com o sistema previdenciário limitados a 14% do PIB. No entanto, a previsão é de que nas próximas três décadas, a massa de aposentados vai aumentar mecanicamente de cerca de 30%. Os franceses que nasceram no período do baby boom, nas décadas de 1960 e 1970, vão entrar no sistema, mas o governo não pretende aumentar a fatia do PIB dedicada ao orçamento da Previdência. Os franceses compreenderam claramente que o poder aquisitivo das aposentadorias vai cair fortemente nos próximos 30 anos.

Em 31 de dezembro de 2018, a França tinha 14.352.420 aposentados.