O primeiro-ministro britânico Boris Johnson falou nesta quarta-feira (25/05) em “responsabilidade total” por ter participado de dezenas de festas e eventos no gabinete governamental, em Downing Street, em Londres, durante lockdowns para conter a pandemia em 2020 e 2021, mas disse que não tem planos de renunciar.
O escândalo, que tem sido chamado de “PartyGate” pelo parlamento e mídia britânica, foi divulgado no início do ano depois que um relatório oficial detalhou uma série de festas ilegais movidas a álcool em seu gabinete.
Johnson respondeu na Câmara dos Comuns, o Parlamento do país, à publicação do relatório de Sue Gray, alta funcionária pública responsável por investigar a série de denúncias de festas ocorridas em Downing Street, divulgado nesta quarta. O britânico, mais uma vez, repetiu pedidos de desculpas feitos anteriormente em outras declarações sobre o caso.
“Eu assumo total responsabilidade por tudo o que aconteceu sob minha responsabilidade. O relatório de Sue Gray enfatizou que cabe à liderança política assumir a responsabilidade final, e é claro que eu assumo”, disse ele.
Andrew Parsons / No 10 Downing Street
Primeiro-ministro britânico falou sobre o relatório que investigou denúncias de festas realizadas em seu gabinete durante o lockdown
Ao mesmo tempo, o premiê disse que considera uma “oportunidade” para “fornecer o contexto” dos eventos, negando ter enganado deliberadamente o Parlamento quando disse que não estava ciente de ter quebrado as regras de seu cargo, algo que exigiria sua demissão nos termos do Código de Conduta Ministerial.
Após parlamentares da oposição terem pedido repetidamente sua renúncia e questionado se já pensou em se demitir, uma vez que três a cada cinco britânicos consideram que ele deveria, Johnson disse que entende a raiva das pessoas mas que é seu trabalho seguir em frente.
Na sua opinião, as festas e outras reuniões sociais de que tomou parte eram eventos de trabalho legítimos, que, segundo ele, permitiram à sua equipe governamental relaxar. Além disso, sublinhou, as restrições aos contatos foram quebradas “apenas” oito vezes em um espaço de cerca de 600 dias.
As conclusões provisórias de Gray foram publicadas em janeiro deste ano, mas a maioria dos detalhes ficou restrita até o final de um inquérito policial separado, que terminou na semana anterior com 126 multas aplicadas, incluindo uma ao próprio premiê.
(*) Com SputnikNews.