Em meio a protestos contra o aumento da tarifa no Metrô, o Senado do Chile aprovou nesta segunda-feira (21/10) uma lei que suspende o aumento no preço da tarifa do metrô, anunciado pelo governo na última semana e estopim das manifestações que tomam as ruas de diversas cidades do país até agora.
Por 39 votos a favor, o órgão legislativo concordou com o projeto proposto pelo presidente Sebastian Piñera e ratificado pela Comissão da Fazenda do Senado.
Durante a sessão que aprovou a medida, diversos senadores criticaram o mandatário por afirmar, mais cedo, que o Chile estava “em guerra” contra os manifestantes.
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Aumento no metrô
Os protestos começaram por causa de um aumento de 30 pesos (R$ 0,20) no preço das passagens de metrô, já suspenso pelo governo, mas também miram a desigualdade econômica e o sistema de aposentadorias do país.
A prefeita da Região Metropolitana de Santiago, Karla Rubilar, disse que as manifestações são um sinal de descontentamento com a classe política do país. “Hoje, temos que aceitar com humildade que esta crise vem de muito tempo e não a soubemos ler, não a vimos chegar”, afirmou nesta segunda (21/10).
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Durante a sessão que aprovou a medida, diversos senadores criticaram o mandatário Sebastián Piñera
Neste final de semana, com o aumento dos protestos, Piñera decretou estado de emergência e impôs toque de recolher na capital Santiago e nas regiões de Valparaíso e Concepción, além de ter colocado o Exército para patrulhar as ruas das cidades.
Nesta segunda-feira, o país entra em seu 3º dia consecutivo com um toque de recolher decretado pelo general Javier Iturriaga, encarregado pelo governo de comandar as operações em meio aos protestos.
Repressão
Mais cedo, a polícia reprimiu diversas manifestações em vários pontos da capital. Na Praça Itália e Providencia, centenas de manifestantes se reuniram sob a palavra de ordem “Chile despertou”.
As forças de segurança utilizaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para reprimir os protestos.