O Senado dos Estados Unidos confirmou nesta terça-feira (26/01) Antony Blinken como o novo secretário de Estado no país, seis dias após a posse de Joe Biden como o 46º presidente norte-americano.
Blinken superou a maioria necessária de 51 senadores, recebendo um total de 78 votos favoráveis contra 22. Natural de Nova York, Blinken deve recolocar a agenda mais tradicional da política norte-americana no cenário internacional, focando no multilateralismo e nas organizações internacionais.
O diplomata tem uma longa carreira e trabalhou com Biden por diversas vezes, sendo diretor de equipe do então senador na comissão de assuntos externos, além de um dos principais conselheiros da campanha eleitoral de 2020.
Segundo o jornal mexicano La Jornada, publicado pela Diálogos do Sul, Blinken é considerado por críticos, como o analista e jornalista Robert Wright, editor do New Republic, como um “intervencionista liberal”. Wright recorda que o novo secretário assessorou Biden quando este emitiu seu voto a favor da guerra contra o Iraque, algo que não reconheceu como uma invasão ilegal. Ele também defendeu a política desastrosa com a Síria, queixando-se de que não foram enviadas ainda mais forças militares.
“Blinken apoia aplicar o direito internacional contra adversários, mas tem pouco tempo para limites legais quando estes poderiam restringir o comportamento estadunidense”, diz Wright. Como exemplo, ele aponta que o secretário considera a invasão do Panamá e a extradição do presidente Manuel Noriega “um uso razoável de força”, sem reconhecer que foi uma violação do direito internacional.
Sabatina
Ao ser sabatinado pelo Senado, Blinken deu diversas diretrizes das políticas externas do governo Biden. O diplomata afirmou que as sanções à Venezuela continuam, a fim de destituir o presidente Nicolás Maduro. O novo secretário também disse que o país seguirá reconhecendo Juan Guaidó como liderança venezuelana.
Outro ponto discutido foi sobre dar continuidade na transferência da embaixada norte-americana em Israel para Jerusalém. Blinken declarou que “a única maneira de garantir o futuro de Israel como um Estado judeu e democrático e de dar aos palestinos um Estado a que eles têm direito é a chamada solução dos dois Estados”.
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Blinken superou a maioria necessária de 51 senadores, recebendo um total de 78 votos favoráveis contra 22
O novo secretário também defendeu retomar o acordo nuclear com o Irã, plano revogado pelo ex-presidente Donald Trump. Blinken afirmou que o país persa terá que aceitar as condições norte-americanas pra o retorno total do acordo.
Blinken é também um dos cofundadores da empresa de estratégia política WestExec Advisor ao lado de uma outra funcionária da era Barack Obama, Michele Flournoy. O novo secretário já foi vice da pasta durante o governo Obama.
Durante o governo de Bill Clinton (1993-2001), Blinken fez parte do Conselho de Segurança da ONU. Após a chegada de Obama à presidência, o agora secretário de Estado se posicionou ao lado de Hillary Clinton e contra Biden em relação à intervenções dos EUA em outros países.
(*) Com Ansa.