O ministro de Defesa da Sérvia, Milos Vucevic fez uma alusão a Volodymyr Zelensky, para acusar o primeiro-ministro de Kosovo, Albin Kurti, de tentar criar uma guerra entre o exército do país balcânico e as forças que apoiam a região separatista.
Em entrevista a meios locais, neste sábado (27/05), Vucevic afirmou que Kurti “segue a mesma estratégia usada pelo presidente ucraniano, usando métodos terroristas contra a minoria sérvia [presente na região do Kosovo] para forçar uma reação nossa e desencadear um conflito, fazendo parecer que nós somos os agressores”.
“Peço aos sérvios do Kosovo que não caiam em provocações, não se joguem nas mãos de Kurti, que acredita ser um novo Zelenski e faz de tudo para se mostrar como vítima”, acrescentou o ministro sérvio.
Belgrado tem enviado militares para as regiões próximas à linha administrativa com Kosovo durante toda aa semana. “A implantação das unidades está em andamento, de acordo com a situação atual, e elas permanecerão em posição até novo aviso”, afirmou o ministro da Defesa.
“O objetivo [de Kurti] é expurgar todos os sérvios de Kosovo. As provocações se sucedem em escalada. Nós não queremos entrar no jogo da guerra, mas as linhas vermelhas da Sérvia são conhecidas”, ressaltou Vucevic.
Neste mesmo sábado, Vucevic foi eleito presidente do Partido Progressista Sérvio, em substituição a Aleksandar Vucic, que é presidente da Sérvia e era também o líder do partido governista até esta sexta-feira (26/05), quando renunciou ao comando da legenda e indicou seu ministro da Defesa como sucessor.
Sava Radovanovic / Tanjug
Ministro da Defesa da Sérvia, Milos Vucevic acusa Kosovo de fazer jogo de provocações para forçar conflito na região
Com isso, Vucevic se torna favorito para uma possível nova eleição na Sérvia, país onde o Partido Progressista mantém a hegemonia desde 2012.
Envolvimento da OTAN
Por sua parte, o presidente Vucic instou os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que apoia Kosovo desde 1999 [quando se intensificou o movimento separatista na região], a “cessar urgentemente a violência” contra os sérvios naquela região.
Entre fevereiro e março, o chefe da diplomacia da União Europeia, o espanhol Josep Borrell, manteve uma série de reuniões com representantes da OTAN e com os líderes dos dois lados em conflito, o presidente sérvio Vucic e o primeiro-ministro kosovar Kurti.
Apesar de Borrell ter finalizado o processo dizendo que “as partes chegaram a um acordo sobre a forma de colocar em prática um plano de normalização das relações”, o fato é que nenhum documento foi assinado.
A região de Kosovo declarou sua independência em 2008, mas esta conta com reconhecimento parcial ao redor do mundo. Países como Estados Unidos e quase todos os membros da União Europeia reconhecem a declaração. Rússia e China, além de alguns países da Europa [como a Espanha], consideram que o território continua fazendo parte da Sérvia.
No âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), a maioria dos países optaram pela neutralidade no que diz respeito à independência de Kosovo. O Brasil é um dos que sempre se manteve e ainda se mantém neutro.