“Uma grande vitória do povo, uma grande vitória da revolução”. Essas foram as primeiras palavras do presidente Hugo Chávez, ao dirigir-se a seus milhares de seguidores do balcão do Palácio de Miraflores, após a vitória do “sim” no referendo sobre a reforma constitucional realizado neste domingo (15) no país.
A emenda, que garante a reeleição indeterminada para cargos públicos eletivos, foi aprovada com 54,36% dos votos, com 94,2% dos votos apurados, segundo o primeiro boletim do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). O “não”, àquela altura, tinha obtido 45,63% dos votos, em processo que registrou 67,05% de participação. O voto não é obrigatório no país.
“Viva a Constituição Bolivariana, foi uma grande vitória!”, disse o presidente perante uma multidão de partidários, que o cumprimentavam ao grito de “Uh, ah, Chávez no se vá!” e com rojões. Acompanhado de suas filhas, netos e ministros, Chávez assegurou que, com a aprovação da emenda constitucional para a reeleição ilimitada, o povo “levantou as bandeiras da dignidade e escreveu outra página memorável em sua história”.
Esta foi a segunda vez que Chávez tentou ver aprovada a emenda que garante a reeleição indeterminada para cargos públicos. Em dezembro de 2007, a maioria dos eleitores rejeitou a reforma constitucional (51%).
Com o resultado de ontem, Chávez, que governa a Venezuela desde fevereiro de 1999, foi habilitado para concorrer ao cargo de presidente nas eleições de 2012, para as quais já se proclamou candidato pelo seu PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela).
Oposição aceita derrota
A oposição admitiu a vitória do “sim”. “Somos democratas, reconhecemos os resultados que foram influenciados pela máquina estatal”, declarou o dirigente do partido Um Novo Tempo (UNT), Omar Barboza, em entrevista coletiva conjunta os dirigentes de outros partidos opositores à gestão de Chávez.
No entanto, a percepção do opositor é a de que Chávez está perdendo apoio, apesar da aprovação da emenda. “Já passamos a barreira dos 5 milhões de votos, enquanto o presidente Chávez continua perdendo apoio (…), o que significa que a alternativa democrática avança e cedo ou tarde vamos triunfar e impor a vigência plena dos valores democráticos”, acrescentou Barboza.
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