Os trabalhadores da saúde na Grã-Bretanha começaram o que consideram sua maior greve, nesta segunda-feira (06/02), quando dezenas de milhares de enfermeiras e trabalhadores de ambulâncias saíram em uma disputa salarial cada vez maior, em meio a alegações de não acordo por parte do governo Rishi Sunak.
Enfermeiros e trabalhadores de ambulância estão em greve separadamente desde o final do ano passado, mas a greve desta segunda, a maior nos 75 anos do serviço britânico de saúde (NHS), ocorre de forma conjunta.
“If the Prime Minister wants to stop nurses in England having to move to other parts of the UK to earn a decent wage, then he needs to come to the negotiating table and address the issues they face,” @patcullen9 tells @BBCNews ahead of next week’s nurse strike pic.twitter.com/dV5oeRQDoR
— RCN Press Office (@RCN_Press) February 4, 2023
Os profissionais de saúde estão exigindo um aumento salarial para refletir a pior inflação do Reino Unido em quatro décadas, enquanto o governo diz que isso seria inacessível e levaria a novos aumentos de preços, aumentando as taxas de juros e os pagamentos da hipoteca.
Por sua vez, os sindicatos acusam o governo de ter optado por “punir” os enfermeiros depois de o ministro da saúde ter insistido que os pagamentos para o setor da saúde não voltariam a ser examinados para este ano.
Twitter/RCN Press Office
Cerca de 500.000 trabalhadores da saúde, muitos do setor público, estão em greve desde julho passado
O sindicato do Royal College of Nursing (RCN) escreveu a Sunak no fim de semana pedindo-lhe para “encerrar rapidamente” a greve de enfermagem com ofertas salariais “significativas”.
Cerca de 500.000 trabalhadores, muitos do setor público, estão em greve desde julho passado, aumentando a pressão sobre o primeiro-ministro Rishi Sunak para resolver disputas e limitar a interrupção de serviços públicos, como ferrovias e escolas.
O RCN diz que uma década de baixos salários contribuiu para dezenas de milhares de enfermeiras deixarem a profissão (25.000 somente no ano passado) com grave escassez de pessoal afetando o atendimento ao paciente.
A organização sindical inicialmente pediu um aumento salarial de 5% acima da inflação e desde então disse que poderia se reunir com o governo “no meio do caminho”, mas os dois lados não conseguiram chegar a um acordo, apesar de semanas de negociações.
Os enfermeiros também entrarão em greve na próxima terça-feira (07/02), enquanto equipes de ambulâncias sairão na sexta-feira (10/02) e os fisioterapeutas na quinta-feira (09/02), tornando a semana “provavelmente a mais perturbadora da história do NHS”, disse o diretor médico da organização, Stephen Powis.
(*) Com TeleSUR