O governo da Síria pediu na noite desta terça-feira (26/03) uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) contra a decisão dos Estados Unidos de reconhecer uma suposta soberania israelense sobre as colinas de Golã.
A delegação francesa, que preside o órgão neste mês, deve estabelecer uma data para a sessão.
Para que a reunião aconteça, o país solicitante deve ter nove dos 15 membros dos Conselho em uma votação em que o poder de veto dos membros permanentes (EUA, Rússia, Reino Unido, França e China) não pode ser usado.
Se a reunião não acontecer até o dia 31, quando termina a presidência francesa, a Síria precisará voltar a solicitar a reunião, quando a Alemanha assumir a liderança do Conselho.
Ainda nesta terça, o órgão máximo executivo da ONU dedicou uma reunião para analisar o conflito palestino-israelense, durante a qual a delegação dos EUA defendeu, sozinha, a decisão do presidente Donald Trump de reconhecer uma suposta soberania de Israel sobre o território que o país judeu invadiu e ocupou desde 1967.
O representante norte-americano na ONU, Jonathan Cohen, disse que permitir que essa área seja controlada pela Síria ou pelo Irã “suporia olhar para o outro lado e não ver as atrocidades do regime de [Bashar] Al Assad e a presença maligna e desestabilizadora do Irã na região”.
Os cinco integrantes europeus do Conselho (Alemanha, França, Reino Unido, Bélgica e Polônia) emitiram uma declaração na qual destacaram que não reconhecem “a soberania de Israel sobre os territórios de Golã. “A anexação de um território pela força está proibida pelo direito internacional”, afirmaram.
UN Photo
Síria pediu reunião de emergência para discutir decisão dos EUA de reconhecer "soberania" de Israel sobre Golã