As Nações Unidas fizeram um alerta nesta sexta-feira (20/12) ao Conselho de Segurança sobre a situação dos civis na Síria. Num discurso aos 15 países-membros do órgão, a secretária-geral assistente para assuntos humanitários, Ursula Mueller, contou que a situação humanitária enfrentada pelos civis está “pior do que quando o ano começou”.
Mueller descreveu um cenário “alarmante” de forças do governo que atacam áreas controladas por grupos armados não-estatais. Estes, por sua vez, intensificaram as ações contra as áreas controladas pelo governo nas cidades de Idlib e Aleppo.
A vice-chefe humanitária explicou que “civis de ambos os lados da linha de frente sofrem as consequências”, assim como funcionários de instalações médicas.
FORTALEÇA O JORNALISMO INDEPENDENTE: ASSINE OPERA MUNDI
Segundo o Escritório das Nações Unidas de Assistência Humanitária, Ocha, desde março de 2011, a Síria enfrenta um conflito que causou sofrimento incalculável a mulheres, homens e crianças e forçou mais da metade do país a deixar suas casas.
Relatórios recentes da agência revelam que nas últimas semanas, na região noroeste, a violência deslocou até 60 mil pessoas. Mueller contou que “a chuva, o frio e o inverno aumentaram as dificuldades de muitas famílias deslocadas e de suas comunidades anfitriãs”.
Wikicommons
Secretária-geral assistente para assuntos humanitários disse que ‘civis de ambos os lados da linha de frente sofrem as consequências’
Fora isso, a falta de aquecimento fez com que famílias de Idlib tivessem que queimar pneus, roupas velhas e outros utensílios domésticos para se aquecer.
Chamando a atenção do Conselho de Segurança para três tendências que podem se tornar mais significativas em 2020 para civis sírios, Mueller citou em primeiro lugar a “vasta escala” das necessidades humanitárias.
Ela disse que projeções atuais mostram que cerca de 11 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária regular, 5 milhões em situação crítica, a um custo estimado de US$ 3,3 bilhões.
A estimativa é que sejam necessários US$ 5,2 bilhões para ajudar cerca de 5,6 milhões de refugiados sírios, dos quais mais de 70% vivem na pobreza.
*Com ONUNews