Terá início nesta quinta-feira (23/02) a série de audiências que julgarão o soldado norte-americano Bradley Manning, acusado de vazar informações sigilosas dos EUA para o WikiLeaks, site que se tornou célebre por publicar documentos secretos de autoridades de diversos países.
Esta primeira sessão ocorrerá na cidade de Fort Meade, estado de Maryland. Na ocasião, o réu será apresentado às acusações feitas contra ele, uma breve leitura que antecederá o julgamento militar do próximo mês de maio.
WikiCommons
Manifestantes pedindo a liberdade de Bradley Manning em agosto de 2010.
Michael Linnington, general comandante do Distrito Militar de Washington, considerou graves os delitos cometidos por Manning e, por essa razão, ordenou no último dia 3 de fevereiro que uma corte marcial instalasse um conselho de guerra ordinário. A justiça militar pode vir a interpretar que o soldado “ajudou o inimigo”, crime pelo qual pode ser condenado à prisão perpétua.
Manning é acusado de roubo de bens públicos e documentos, bem como de difundir dados sigilosos da defesa e de violar as regras do programa de segurança das Forças Armadas.
Na audiência preliminar do último mês de dezembro, a acusação apresentou testemunhas e indícios de que o soldado teria transferido mais de 700 mil documentos para o site do australiano Julian Assange.
O advogado David Coombs, responsável pela defesa de Manning, terá mais dificuldades para discorrer sobre o caso e eventualmente recorrer a uma decisão devido à rigidez do sistema judiciário militar.
Durante a audiência preliminar, Coombs baseou sua defesa no estado mental de Manning, alegando que ele não deveria ter acessado informações delicadas durante sua estadia no Iraque. O advogado também explicou que os superiores de Manning omitiram seu comportamento e seus problemas de adaptação por terem dúvidas sobre sua orientação sexual.
Tanto a defesa como a rede de apoio de Manning consideram que as informações filtradas (documentos do Departamento de Estado, vídeos e registros das guerras do Iraque e Afeganistão) não colocou ninguém em perigo e nem foi publicada com o objetivo de favorecer o inimigo.
Manning trabalhou como analista de informação no Iraque desde outubro de 2009 até sua detenção, em maio de 2010, quando um informante do Pentágono teria delatado suas atividades.
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