O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou nesta terça-feira a extradição do ex-primeiro-ministro das ilhas Turks e Caicos, Michael Eugene Misick, procurado pela Interpol por d elitos de corrupção.
A segunda turma do STF aceitou integralmente a solicitação de extradição apresentada pela Justiça do arquipélago britânico no Caribe, que em fevereiro do ano passado pediu a detenção de Misick pelos crimes de corrupção e formação de quadrilha. De acordo com o governo do Reino Unido, o ex-primeiro-ministro recebeu, entre 2006 e 2009, subornos no valor de US$ 16 milhões, de proprietários de hotéis de luxo que queriam instalar-se no arquipélago.
Misick, que liderou o governo de Turks e Caicos entre 2003 e 2009, foi detido no Rio de Janeiro em dezembro do ano passado a pedido do Reino Unido. O político está na lista vermelha da Interpol e em 2011 solicitou refúgio no Brasil alegando que sofria perseguição política porque luta pela independência do arquipélago caribenho, que depende de Londres.
O governo brasileiro lhe negou a condição de refugiado por “falta de provas” que era perseguido.
As provas apresentadas pela Justiça britânica citam “pagamentos de vários milhões de dólares de oito complexos hoteleiros. É disso que o extraditando é acusado. Não há nenhuma menção a crime político”, segundo a sentença do magistrado Ricardo Lewadowski, relator do processo, ao descartar qualquer motivação política na solicitação de extradição.
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A decisão do relator foi respaldada por unanimidade pelos outros três membros da segunda turma do Supremo.
O advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, defensor de Misick, anunciou que apresentará um recurso perante o plenário do STF por considerar que as acusações de corrupção foram inventadas para facilitar a extradição de um político que sempre defendeu a independência das ilhas do Reino Unido.
(*) com Última Instância e agências Efe e Brasil