O governo do Sudão anunciou nesta quarta-feira (11/08) que entregará o ex-presidente Omar al-Bashir ao Tribunal Penal Internacional de Haia, nos Países Baixos, onde ele responderá por crimes de guerra e genocídio no conflito em Darfur.
O anúncio foi feito pela ministra das Relações Exteriores, Mariam al-Mahdi, quase dois anos e meio após o golpe militar que depôs Bashir, líder autocrata do Sudão durante três décadas.
Outros antigos oficiais de seu regime também serão entregues ao TPI.
Com 77 anos, Bashir é procurado pelo tribunal de Haia há mais de uma década e acusado de crimes de guerra, contra a humanidade e de genocídio em Darfur, região desértica do oeste do Sudão que foi palco de uma limpeza étnica a partir de 2003.
A ONU estima que o conflito contra rebeldes não árabes em Darfur tenha matado mais de 300 mil pessoas e originado mais de 2,5 milhões de deslocados internos e refugiados.
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Ex-presidente cumpre pena de dois anos de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção
A decisão do governo sudanês chega durante uma visita do procurador-chefe do TPI, Karim Khan, que se reuniu com Mahdi na última terça (10/08).
O governo do Sudão, que é ocupado por um gabinete transitório, não deu prazo para entregar Bashir, mas aprovou na semana passada a ratificação do Estatuto de Roma, tratado fundador do TPI.
O ex-presidente cumpre pena de dois anos de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção em uma penitenciária de segurança máxima na capital Cartum e ainda responde a um processo pelo golpe de Estado que o levou ao poder em 1989.