Milhares de sudaneses participaram nesta terça-feira (28/05) de uma greve geral convocada pelo movimento Aliança para a Liberdade e Mudança (ALC), junto com uma coalizão de partidos políticos e outros setores da sociedade civil, para exigir a transição do governo militar para um governo civil.
A convocação da greve foi dirigida ao setor de funcionários públicos do território sudanês, como também ao sindicato aéreo, que decidiu acatar e suspender os voos comerciais por 48 horas.
A estratégia da grave prevê forçar a junta militar presidida pelo general, Abdel Fattah al Burhan, a entregar o posto e estabelecer um governo civil.
As organizações, que pedem a transição desde abril, já haviam argumentado que, se suas exigências não fossem atendidas, poderiam realizar uma greve por tempo indeterminado.
“Vamos aumentar a pressão para uma greve geral indefinida. Esperamos não chegar a esse ponto extremo e que seja alcançado um acordo”, disse Wadji Saleh, membro da ALC.
Da mesma forma, os manifestantes enfatizam que a transição para um governo civil é a única estratégia possível para alcançar as demandas do povo sudanês.
O conflito entre as forças militares e a sociedade sudanesa se intensificou no país após a derrubada do ex-presidente Omar al-Bashir, que governou o Sudão por 30 anos, em abril deste ano. Após a queda de al-Bashir, uma junta militar assumiu o comando do país.
Acordo
Em maio, os generais que tomaram o poder no Sudão anunciaram um acordo com a oposição para instaurar um período de transição de três anos que leve a um governo civil.
Os militares derrubaram o presidente Omar al-Bashir em 11 de abril, após quatro meses de protestos em massa contra um regime que vigorou durante 30 anos. Os manifestantes continuaram nas ruas para exigir a transferência do poder para civis.
“Prometemos a nosso povo que os compromissos serão aperfeiçoados nas próximas 24 horas, de modo que correspondam às aspirações dos cidadãos”, disse o general Yasser al-Atta, membro da junta militar que controla o país.
*Com teleSur
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Povo sudanês voltou às ruas em protesto por uma transferência de poder à comunidade civil, assim como exigem a diminuição da presença milita