Os pregões das bolsas europeias iniciaram os trabalhos desta terça-feira (04/04) com forte prejuízo, provocado pelas ações dos bancos suíços UBS e Credit Suisse, que chegaram a registrar uma queda de 4% durante a manhã [perda que foi reduzida para 2% no início da tarde].
Essa tendência foi fruto da reação dos mercados ao anúncio deste domingo (02/04) da Procuradoria Federal da Suíça, informando que foi iniciada uma investigação sobre a megafusão entre os dois bancos, concretizada em meados de março.
Os procuradores suíços suspeitam que a operação que resultou na fusão tenha violado leis de regulação do país, fato que, se comprovado, poderia comprometer executivos dos dois bancos e até funcionários do atual governo.
Vale lembrar que o governo da Suíça agiu para impedir a quebra do Credit Suisse, no início do mês de março, quando o banco foi arrastrado pela crise iniciada pela bancarrota do Silicon Valley Bank, nos Estados Unidos.
Primeiro, o Banco Central do país alpino emprestou 50 bilhões de francos suíços [cerca de US$ 53,6 bilhões] para evitar a insolvência do Credit Suisse.
Como a primeira medida não serviu para frear a crise no banco, o Conselho Federal da Suíça atuou para convencer o UBS a comprar o Credit Suisse, com a justificativa de que a operação evitaria a falência do segundo e as possíveis consequências disso para a economia do país.
DPA
Procuradoria Federal da Suíça suspeita de possíveis irregularidades na megafusão entre os bancos UBS e Credit Suisse
A megafusão também contou com uma injeção de recursos públicos, cerca de 3 bilhões de francos suíços [equivalentes a US$ 3,2 bilhões] que permitiram sua concretização, situação que não seria ilegal, mas que implicaria em uma série de compromissos por parte dos bancos envolvidos.
Esses compromissos é que poderiam estar sendo descumpridos, segundo as suspeitas da procuradoria.
Recentemente, a imprensa local divulgou uma notícia dizendo que o UBS planeja demitir 30% dos seus funcionários [o que equivaleria a deixar cerca de 36 mil pessoas sem emprego], medida que seria justificada pela necessidade de cortar gastos para equilibrar os balanços após a fusão.
A medida, que ainda não foi oficializada, além de configurar uma quebra do compromisso com o governo, também poderia gerar uma crise econômica no país tão grande ou até maior que a possível quebra do Credit Suisse.
O UBS não comentou oficialmente os rumores sobre a possível demissão em massa de funcionários, o que a imprensa suíça considerou como um dos elementos que gerou a tensão dos mercados e a reação da Procuradoria Federal.