O ex-presidente da coorporação Renault-Nissan-Mitsubishi Carlos Ghosn disse nesta quinta-feira (2/1) que “organizou sozinho” sua fuga do Japão para o Líbano. “As informações na imprensa de que minha esposa Carole e outros membros da minha família tiveram participação da minha saída do Japão são falsas e imprecisas”, disse Ghosn, em um comunicado.
“Só eu arranjei minha partida. Minha família não teve nenhum papel”. Ghosn estava em prisão domiciliar no Japão e fugiu para o Líbano no dia 30 de dezembro de 2018.
O brasileiro, que tem também cidadanias libanesa e francesa, é acusado no Japão de ter subnotificado rendimentos e de ter desviado recursos da Nissan para fins pessoais, mas afirma ser alvo de um “complô” por parte de outros dirigentes da montadora.
A Interpol emitiu na quinta-feira (2) um mandado de prisão contra o executivo. Segundo a agência estatal libanesa NNA, o ministro da Justiça Albert Serhan confirmou o recebimento do pedido de captura. O mandado, no entanto, precisa de autorização judicial para ser executado.
Em função das acusações, Ghosn foi demitido da presidência da Nissan e da Mitsubishi e renunciou ao comando da Renault. Ainda não se sabe como o executivo conseguiu chegar ao Líbano, mas especula-se que ele tenha fugido de Tóquio escondido em uma mala para instrumentos musicais e voado para Beirute com uma conexão na Turquia.
Ancara lançou uma investigação para apurar a suposta passagem de Ghosn por solo turco, e a polícia japonesa fez nesta quinta uma operação de busca na casa do brasileiro em Tóquio.
École polytechnique
Carlos Ghosn, então presidente da coorporação Renault-Nissan, na l’École polytechnique, na França, em 2015