Não há números oficiais. Há, em todo o caso, especulações percentuais, mas o certo é que a pandemia de gripe A (H1N1) afetou em cheio o turismo na Argentina, sobretudo na região da Patagônia, sul do país, onde a temporada de inverno atrai todos os anos milhares de turistas brasileiros.
“Registramos uma queda [no turismo] da região de 40%”, reconheceu ao Opera Mundi o diretor do Inprotur (Instituto Nacional de Promoção Turística), Leonardo Botto. Somente na cidade de Bariloche, acostumada a receber entre 25 e 28 mil brasileiros todos os anos, neste inverno, somente oito mil escolheram passar suas férias lá.
“A temporada foi um desastre”, lamentou o diretor do Enprotur (Ente Misto de Promoção Turística de Bariloche), Héctor Barberis. E não é para menos. A principal razão da queda do turismo em Bariloche foi a gripe A. O paradoxo, no entanto, reside no fato de que em Bariloche, desde o começo da epidemia na Argentina, só houve dez casos da gripe, sendo que nenhum mortal.
Barberis afirma que a recomendação do governo brasileiro, de não viajar para a Argentina por causa da pandemia, afetou seriamente a indústria turística local.
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Nem sequer as diminuições nas tarifas ou a manutenção dos preços de temporada baixa conseguiram reverter os cancelamentos de reservas que chegam do Brasil. Botto disse ter esperança de que os brasileiros voltem ao longo do mês de agosto, quando a região ainda tem neve para oferecer.
Turismo no norte não foi afetado
No entanto, se para os empresários do turismo do sul argentino essa foi uma péssima temporada, para os do norte do país a realidade não é a mesma. O diretor da Enprotur assegurou que a gripe A não causou o mesmo impacto nos destinos turísticos localizados no noroeste e nordeste argentinos. “Talvez por uma questão climática, o clima lá é mais quente, as reservas hoteleiras se mantiveram em seu nível histórico e de acordo com a última informação que temos, os brasileiros incrementaram sua presença nessas zonas”, assegurou Botto.
Com isso, o secretário de Turismo da nação, Enrique Meyer, faz um esforço para anunciar melhorias no setor. “De acordo com dados do setor privado hoteleiro de Buenos Aires e do interior do país, a partir de outubro se vê uma maior margem de reservas”, disse.
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